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+1 Tentativa

Google lança o Plus e diz que quer ‘consertar’ o compartilhamento em redes sociais

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Google lança o Plus, chama o Facebook para a briga e diz que quer ‘consertar’ o compartilhamento em redes sociais

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A rede social do Google chegou, mais uma vez. A nova tentativa já era esperada – e o burburinho aumentou à medida que o Google espalhava botões +1 pela internet e mudava o visual da barra de ferramentas. Então, na terça, 28, veio o Google+, ou Plus, só para convidados.

Embora o buscador tente fugir da comparação com Facebook, fica claro que a competição ficou mais apertada. E o site de Mark Zuckerberg terá de trabalhar para não perder espaço.

A começar pelo ponto forte do Plus, que investiu justamente no calcanhar de aquiles do Facebook, a privacidade. No Google+, você não adiciona amigos diretamente à sua rede. Os contatos são organizados por círculos: família, amigos, colegas de trabalho, os gente-boa, os malas ou qualquer outra categoria – ou círculo – criada por você.

Ao adicionar alguém, você coloca essa pessoa em uma ou mais rodinhas. Essa maneira de organizar os contatos, diz o Google, permite uma interação social mais orgânica na internet. Um aspecto fundamental dos círculos é que eles não são baseados na reciprocidade. No Facebook ou no Orkut – a outra rede social do Google –, você adiciona um amigo e ele o adiciona. No Google+, você adiciona uma pessoa a um círculo (ela não fica sabendo qual), e ela escolhe se quer – ou não – lhe adicionar. É como seguir alguém no Twitter. Assim, é possível ver as postagens públicas das pessoas sem fazer parte do círculo delas.

Visualmente, o Plus é parecido com o Facebook. No centro fica o “stream”, em que aparecem as postagens de seus amigos. Você pode escolher ver postagens de determinado círculo. Enquanto no Facebook e no Twitter as configurações de privacidade se escondem em botões, no Plus, elas estão em primeiro plano e aparecem assim que você publica. Selecionar com qual círculo você vai compartilhar determinada informação é o ponto principal do sistema. Além disso, o Google+ fica disponível em uma barra superior em todos os sites do Google – você vê as notificações e pode postar algo sem entrar no perfil.

“As conexões entre pessoas acontecem online. Apesar disso, as nuances das interações do mundo real são perdidas na rigidez das ferramentas. O compartilhamento é inadequado. Ou até mesmo quebrado. E queremos consertá-lo”, diz o Google.

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O Plus está em desenvolvimento há um ano. Funcionários do Google já o usam há alguns meses. Félix Ximenes, diretor de comunicação da empresa, afirma que o produto era completamente diferente daquele que está no ar.

O Google está tão preocupado em corrigir problemas que caprichou na ferramenta de relatar erros. O gerente de pesquisa André Fatala foi um dos primeiros brasileiros a receber o convite e logo percebeu um bug do aplicativo para Android. “Havia um problema ao redirecionar para o Market. Eu reportei o erro e, no outro dia, já estava corrigido.”

Por isso, o produto está sendo lançado por etapas. Houve uma explosão de convites na noite de quarta-feira que fez Vic Gundotra, chefe da equipe, deixar a mensagem em seu perfil: “Desativamos o sistema de convites durante a noite. Demanda insana. Precisamos fazer isso de uma maneira controlada”.

Gundotra é um dos vice-presidentes de engenharia do Google e um dos responsáveis pela divisão social da empresa. Ele tem razão em se preocupar. Foi sua equipe que criou dois fracassos: o Wave e o Buzz. O Wave foi descontinuado pelo Google. E o Buzz, meio esquecido dentro do Gmail, pode até ganhar importância se o Google+ pegar.

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O Google tem evitado chamar o Plus de rede social. “É um avanço do que o Google já é”, tenta definir Ximenes. O Google+ busca adicionar uma camada social à web – mais ou menos como os botões retweet e curtir já fazem.

Só que há uma diferença importante: nos dois casos, a interação social fica restrita ao ambiente da rede social. No caso do +1, o botão de interação social do Google, isso será indexado pela busca. “Se eu clicar no +1 em algo, isso vai sinalizar que eu gostei, mas vai mostrar para o algoritmo do Google que aquela busca é relevante para os meus amigos. Quando um contato fizer uma busca parecida, vai aparecer que eu gostei daquilo no resultado”, diz Ximenes.

Como rede social, o Google+ parece promissor. Associado à ferramenta de buscas, seu poder aumenta. O Google conhecerá cada vez mais seus usuários, atendendo, assim, a uma publicidade cada vez mais segmentada.

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Foi esse o segredo do Facebook. Segundo a ComScore, o Google teve mais de 1 bilhão de visitantes em maio. Facebook teve 713,6 milhões. Só no Brasil, foram 22 milhões, enquanto o Orkut teve 35,2 milhões. Mas os usuários do Facebook navegaram por 103 bilhões de páginas e passaram 375 minutos online, enquanto os usuários do Google, viram 46 bilhões de página em 231 minutos de navegação.

O Google+ vai pegar? Tem potencial. Mas uma rede social é mais que uma plataforma. Seu sucesso só depende das pessoas.

No celular.Disponível por enquanto só para Android, o app é limpo, bonito e vai além da reprodução adaptada da versão online. É possível, por exemplo, ver as mensagens públicas ao seu redor – ou fazer um post para saber onde há um restaurante por perto. As pessoas que estiverem na região receberão a pergunta – desde que tenham o app. Há também uma nova ferramenta de mensagens, o huddle, que funciona como chat e se assemelha a ferramentas de mensagens de texto online rede, como o WhatsApp.

Hangout.Os hangouts são chats em vídeo em grupo e têm potencial de virar febre. Você inicia uma conversa com uma pessoa ou grupo que estiver online (isso é sinalizado na foto do perfil). O começo da conversa é publicado no stream (mural) dos seus amigos. E para entrar no papo basta clicar em ‘join’. O Google quer simular os encontros casuais na vida real, e o resultado é divertido.

+1.O botão +1 foi um dos sinais que o Google espalhou antes da chegada da sua rede social. O botão funciona exatamente como o “retweet” e o “curtir”, que já estão espalhados em notícias e posts em blogs – você marca e aquilo é postado na sua rede. Só que o +1 aparece nos resultados da busca do Google. Ao procurar por algo, você pode se deparar com uma marcação +1 feita por um amigo seu. É uma maneira de aprofundar o lado social das buscas, e conseguir personalizá-las ainda mais – um prato cheio para a publicidade.

Sparks. É um espaço em que você adiciona um assunto de interesse e ele retorna com um feed de notícias da web relacionadas ao tema. Você pode compartilhá-las ou não. A ideia funciona na teoria, mas, na prática, ainda não: ao adicionar “receitas” ao seu interesse, o feed te entrega notícias…da Receita Federal. E o conteúdo também é desorganizado.

—-Leia mais:Link no papel – 04/07/2011

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