17 horas para criar um aplicativo

Hackathon promovido pelo Sebrae dá pouco tempo e exige criatividade de participantes para produzir aplicativo

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Por Vinicius Felix
Atualização:
 

SÃO PAULO – Produzir um aplicativo criativo, inovador, atraente e com qualidade não é tarefa simples. E se o prazo para completar os quatro requisitos for de 17 horas? Complicado. Mas esse é o tempo que os participantes de um Hackathon promovido pelo Sebrae tem para criar um aplicativo direcionado a empreendedores.

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A competição para criar o app começou às 21h desta quinta-feira, 31, e será encerrada às 14h de hoje, hora limite para o código do app ser entregue à organização. Para vencer a tarefa, o participante tem de fazer um aplicativo em código aberto para PC-Windows, que ajude as pessoas a desenharem modelos de negócios, baseando-se na metodologia do Canvas.

Mas o que é isso? Canvas é uma uma ferramenta de gerenciamento estratégico que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio novos ou existentes. É como uma tabela ou mapa visual pré-formatado contendo nove blocos com itens que ajudam a organizar as etapas de um negócio. É um auxílio para não se perder no processo de trabalho.

Os aplicativos produzidos tem que transformar o modelo do Canvas, originalmente feito utilizando uma folha de papel, em um bom aplicativo virtual.

Entre cerca de 100 participantes, o Link está acompanhando o trabalho de Ana Paula Gomes de 24 anos. Ela trabalha com programação há cinco e está no último semestre de Análise de Sistemas. Não é a primeira vez que ela encara um desafio contra o relógio, ela já fez alguns app em pouco tempo.

De acordo com Ana, seu trabalho nessas primeiras horas de projeto será tentar fechar a ideia básica de como transformar o Canvas em algo que funcione digitalmente. Para isso ela vai procurar os conselheiros que o Sebrae disponibiliza e que são especialistas no uso do Canvas no seu modo tradicional. “A maior dificuldade é realmente o tempo. A pesquisa de trabalho vai ser muito curta. Assim que fechar a ideia já tenho que começar a produzir”, disse.

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Update (14h06): Mesmo nervosa com a pressão do tempo e com dificuldade para pensar em algo que considerasse criativo, Ana fechou poucas horas depois do início do Hackathon o que queria fazer. Pensou em transformar o Canvas em um jogo. Pegou cada um dos nove blocos que precisam ser preenchidos no Canvas, analisou e criou perguntas que ajudassem nessa redação. Alguns blocos ganharam mais de duas questões. Por exemplo, a parte onde você escreve o conteúdo de relacionamento do clientes virou a questão “Como você quer que o cliente enxergue a empresa?”.

Assim, percorrendo o tabuleiro do jogo, de pergunta em pergunta, o usuário preenche automaticamente o Canvas tradicional, gerado automaticamente quando o game é finalizado e que pode ser visto virtualmente ou impresso.

Transformar a ideia em um app foi o trabalho da madrugada. Quando eram 5 da manhã, Ana já tinha 70% do app pronto, mas empacou em um bug que não consegua solucionar. “Talvez seja por conta do cansaço. Já são sete horas de desenvolvimento e 19 horas sem dormir”. Com a ajuda de amigos programadores ela seguiu em frente e fechou o código.

A previsão otimista era entregar o aplicativo às 11h, mas ela fechou o trabalho às 13h. “Enquanto a gente faz, acha que fez um monte de coisas, mas ao final vê que ficou mais simples, mas estou satisfeita com o resultado”.

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Update (23h00): Resultado fina do Hackathon divulgado e a Ana acabou ficando com o segundo lugar.

Depois de conseguir ficar entre os cinco finalista, Ana enfrentou a última etapa que consistia na apresentação do projeto em apenas 5 minutos para a comissão julgadora. Entre quatro apresentações bastante técnicas, Ana se destacou ao contextualizar sua ideia de empreendedorismo lembrando de um negócio de sua mãe que não foi pra frente. “Se ela conhecesse o Canvas poderia ter desistido antes de começar”, explicou Ana, para mostrar porque tentou fazer um jogo facilitando o acesso ao Canvas não só para profissionais,m mas para que desde de estudante do ensino médio e a sua própria mãe conseguissem usar.

“Queria o primeiro, mas foi isso melhor que nada”, disse Ana, já cansada da maratona de atividades e das horas sem dormir.

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Sem intenção de dar continuidade ao aplicativo que criou no Hackathon seu foco agora são os estudos. “Meu objetivo agora é me formar”.

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Premiação do hackathon:

1º Lugar: 01 Ingresso para o evento FISL + 01 viagem com despesas pagas para o FISL + 01 Tablet + 01 Curso Empretec + Kit Sebrae. 2º Lugar: 01 Ingresso para o FISL + 01 viagem com despesas pagas para o FISL + 01 Curso Empretec + Kit Sebrae. 3º Lugar: 01 Ingresso para o FISL + 01 viagem com despesas pagas para o FISL + 01 Curso Empretec + Kit Sebrae.

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