40% dos lares brasileiros têm acesso à internet

Sul e Sudeste lideram; para muitos entrevistados, preço do computador e dos serviços de internet são empecilho

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Por Redação Link
Atualização:

Mais de metade dos lares no Sul e no Sudeste têm computador; Norte e Nordeste ficam na rabeira da lista FOTO: Estadão

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BRASÍLIA – No Brasil, 40,8% dos domicílios possuem acesso à internet, segundo uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre os serviços de telecomunicações no País. O estudo “Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) – Serviços de Telecomunicações” foi divulgado nesta manhã e apurou a avaliação dos brasileiros sobre a infraestrutura e a qualidade dos serviços de telecomunicações ofertados.

O Ipea destaca que há três patamares no acesso efetivo à internet de acordo com as regiões brasileiras. No Sudeste, 51,5% dos domicílios têm acesso ao serviço. Em uma segunda faixa, estão o Sul (42,9%) e o Centro-Oeste (40,7%). No terceiro grupo, estão Nordeste (20,7%) e Norte (29,2%). Entre os motivos citados a respeito da não contratação de serviços de acesso à internet estão o fato de não possuir computador (59,6%); não ter condições de pagar o acesso (14,1%); não ter necessidade/interesse (8,7%) e não saber utilizar (4,3%).

O trabalho ainda destaca que o acesso à internet em banda larga depende muito da posse de equipamentos de tecnologia. O estudo também evidenciou, nessa questão, disparidades entre as diferentes regiões. Na Região Sul, 53,5% dos domicílios têm computador, índice que sobe para 54,6% no Sudeste. Nordeste e Norte apresentam, porém, 39,6% e 35,3%, respectivamente. Na opinião do público ouvido pela pesquisa, o preço do computador também é um problema. Em 34% dos domicílios pesquisados (e que não possuem computador), os entrevistados disseram que pagariam entre R$ 300 e R$ 800 pelo equipamento. Outra fatia de 29,3% declarou que não está disposta a pagar pela posse do computador. Telefonia fixaA telefonia fixa se mostrou presente em 54,4% dos domicílios brasileiros. À parcela de 45,6% restante foi questionado qual o motivo para não contratar os serviços de telefonia fixa e, dentro dessa fatia, 59,4% afirmaram que o celular substitui o telefone fixo e 18,5% disseram que não há necessidade ou interesse pelo serviço. Quando a pergunta foi sobre qualidade, a telefonia celular teve a pior avaliação entre os serviços de telecomunicações ofertados no Brasil. No acesso à internet via celular, os brasileiros não conhecem as principais regras dos serviços contratados, destaca o Ipea. O SIPS é uma pesquisa domiciliar e presencial que tem por objetivo captar a percepção das famílias sobre as políticas públicas implementadas pelo Estado, independentemente de serem ou não usuárias dos programas e ações do governo. O Ipea destaca que a pesquisa passa a ser realizada em 3.809 domicílios, em 212 municípios, em todas as Unidades da Federação. Convergência tecnológicaO processo de convergência tecnológica, com a convergência de serviços na área de telecomunicações, como TV por assinatura, banda larga e telefone fixo, ainda não é uma realidade no Brasil. Mas o avanço rumo à convergência já apresenta sinais, avalia o Ipea, ao citar que “há indícios de que o serviço alavancador da convergência no mercado brasileiro é a TV por assinatura”. A pesquisa aponta, porém, que em 9,1% dos domicílios brasileiros não há utilização de nenhum dos serviços de telecomunicações contemplados, seja Serviço de Telefone Fixo Comutado (STFC), Serviço de Acesso Condicionado (SeAC3), a TV por assinatura; Serviço de Comunicação Multimídia (SCM4), internet banda larga fixa; ou Serviço Móvel Pessoal (SMP), o celular. “Provavelmente, nesse grupo estão domicílios situados na zona rural e/ou de mais baixa renda”, analisa o Ipea. Nos casos em que há acesso aos serviços de telecomunicações, parcela de 70,6% dos consultados pelo estudo informa que faz a contratação separadamente de cada item. Apenas 19,7% dos domicílios contratam os serviços de telecomunicações por meio de pacotes. / AGÊNCIA ESTADO

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