SÃO PAULO – A banda Radiohead publicou recentemente um aplicativo para Android e iOS chamado PolyFauna. Em um post no blog da banda, o vocalista Thom Yorke explicou a ideia em torno do app.
“PolyFauna é uma colaboração experimental entre nós (Radiohead) e a Universal Everything, criada a partir das sessões do The King of Limbs [último álbum da banda, lançado pela internet] usando o visual e sons da música Bloom [do mesmo álbum]“, diz.
Trata-se de um mundo em 3D, navegável de acordo com a posição do celular, do qual podem surgir formas e criaturas a partir de toques na tela (basta deslizar o dedo). Isso além de um ponto vermelho (veja abaixo) que aparece aleatoriamente.
Segundo o músico, o app “vem de um interesse em experiências com computadores e de criaturas imaginadas pelo nosso subconsciente”. E encerra o post com versos: “Sua tela é a janela dentro de um mundo em evolução / Ande por aí e veja / Você pode seguir o ponto vermelho / Você pode usar fones de ouvido”.
Para além das experiências de Thom Yorke, que já fez videoclipes em 3D com sensores de movimento com o artista Aaron Koblin, listamos abaixo cinco aplicativos de bandas e artistas:
1) Björk – Biophilia (iOS e Android)
Para divulgar seu nono álbum, lançado em 2011, a cantora islandesa Björk juntou uma equipe de desenvolvedores e artistas digitais para criar o seu multifacetado aplicativo. O Biophilia (mesmo nome do álbum) é um app com alguns outros apps dentro. Em um viagem por um universo 3D abstrato, o usuário e possível fã é levado a conhecer cada uma das músicas do álbum enquanto interage com os “apps internos”, cada um com uma proposta diferente, mas todas musicais. Björk deu uma entrevista à Wired no ano passado comentando o quão empolgada estava com a possibilidade de seu app popularizar seu álbum (graças à base enorme – cerca de 80% – de celulares com Android) e de ajudar no ensino de música de forma massiva. Segundo a descrição do app, “você pode usar Biophilia para fazer e aprender música, descobrir mais sobre fenômenos naturais ou apenas curtir o som da Björk”.
2) Lady Gaga – ARTPOP (Android e iOS)
Lançado no final do ano passado, ARTPOP é um app que segue mais ou menos a mesma linha de Biophilia, da Björk. O app leva o mesmo nome do terceiro álbum de Lady Gaga, permite experiências abstratas enquanto o usuário escuta as músicas do álbum, mas é munido de recursos que tornam o aplicativo algo mais interessante do que apenas um app de música. Ao entrar, o usuário é recebido por PetGa, uma Lady Gaga virtual e luminosa que pede nome, acesso a geolocalização e também uma foto do seu “little monster”. Tudo isso para identificar a sua “aura”, que vai se desenvolvendo conforme se usa o app. Dentro dele, é possível acessar a ArtHaus, onde usuários criam gifs e montagens e compartilham entre si, além da comunidade LittleMonsters, uma espécie de rede social de fãs de Gaga. Segundo a descrição, o app é produto de um “sistema de engenharia musical e visual que combine música, arte, moda e tecnologia com uma nova comunidade mundial interativa”.
3) Deadmau5 – Mix (iOS) e Remix (iOS)
4) Philip Glass – REWORK_ (iOS)
O pianista Philip Glass surge no mundo mobile através desse projeto interativo criado por Scott Snibbe, responsável pelo Snibbe Studio, que já havia assinado o app da Björk e do Metric (veja abaixo), para apresentar o novo álbum de Glass, Rework. O aplicativo conta com a colaboração de uma série de artistas, como do guitarrista Beck, e permite ao usuário fazer remixes e produzir interações visuais a partir deles. Divertido, bonito e cheio de boa música.
5) Metric – METRIC Synthetica (iOS)
Também assinado por Snibbe, o app Synthetica da banda Metric, de 2013, é mais um dos produtos digitais utilizados para chamar ainda mais atenção para o mais novo álbum (homônimo) do grupo canadense. Sem grandes novidades, a não ser visuais, com o aplicativo o usuário tem a chance de remixar as músicas do álbum, acompanhado de experiências em 3D sensíveis a interação.