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Pedro Doria

A Apple, o Fortnite e uma briga

Os casos antitruste contra Facebook, Google e Amazon são mais fortes, mas foi o da Apple que chegou mais rápido à Justiça

20/08/2020 | 20h11

  •      

 Por Pedro Doria - O Estado de S.Paulo

A Epic Games, responsável pelo Fortnite, entrou com um processo contra a Apple

Mike Blake/Reuters

A Epic Games, responsável pelo Fortnite, entrou com um processo contra a Apple

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Uma guerra surgiu no Vale do Silício — inesperada, porém provocada. E ela pode terminar afetando toda a indústria. A Epic, estúdio de design de games responsável pelo popular Fortnite, entrou com um processo contra a Apple. Acusa a empresa de antitruste. O caso não é simples, envolve riscos para ambas as empresas, e ocorreu dias antes de a Apple alcançar o valor de mercado de US$ 2 trilhões. Com ‘T’. A primeira companhia do mundo a chegar tão longe. Para os investidores, está tudo bem.

Uma quantidade imensa de crianças e adolescentes joga Fortnite diariamente. Roda em computador e nos consoles, em celulares e tablets. No game, a cada partida os jogadores se lançam de paraquedas sobre uma ilha para se aventurar com armamento pesado. Não é de todo violento — Fortnite é mais caricatural do que realista. E, como se trata de um universo, vez por outra há eventos. Um concerto aqui, um concurso ali. Nesta semana, o que crianças e adolescente têm assistido é uma animação, paródia do célebre comercial “1984”, da Apple. No original, a pequena empresa de Cupertino se insurgia contra o Grande Irmão que a tudo uniformizava. A IBM. Desta vez, a Epic colocou a empresa fundada por Steve Jobs no papel da vilã.

E, assim, crianças em todo o mundo estão perguntando aos seus pais sobre os conflitos da geopolítica do Vale do Silício.

Desde que lançou o computador Macintosh original, justamente naquele 1984, a Apple é muito ciosa de sua plataforma. Não permite a fabricação de clones por terceiros — a companhia faz o hardware e o sistema operacional. É assim com os Macs, com os iPhones, com os iPads. No universo móvel, tornou-se mais controladora. Só existe uma maneira de um app entrar num celular ou tablet de sua fabricação. É através de sua própria loja. O sistema tem vantagens: como todos os apps são minuciosamente examinados, tendem a não dar problema, vírus são raros. Nenhum celular é mais seguro do que um iPhone.

Há também desvantagens — menor diversidade do que no mundo Android, por exemplo, com celulares em tudo quanto é faixa de preço e apps que não acabam mais.

Para a Apple, a segurança desta plataforma que oferece aos clientes é uma oportunidade publicitária. De todas as grandes empresas do Vale, é a que mais respeita privacidade, por exemplo. Justamente porque seu principal negócio é vender hardware. Máquinas. Enquanto Google e Facebook vendem publicidade, que exige dados pessoais.

O problema é que a App Store, onde os apps são vendidos, é também uma oportunidade de negócios. E quem vende um app, uma assinatura, ou quaisquer outros produtos tem de deixar um naco do valor com a Apple. Quer vender pelo iPhone? Vai pagar um percentual.

E esta é a questão da Epic. Dentro do Fortnite, vende coisas virtuais — personagens para ser encarnados pelos jogadores, roupas, armas. Para ter acesso aos 100 milhões de usuários de iPhones no mundo e poder ganhar dinheiro com eles, precisa pagar este pedágio. A empresa argumenta que, por não ter escolha, qualquer desenvolvedor de software se vê obrigado a ceder às exigências da Apple. No universo Android, pode instalar aplicativos fora da Play Store do Google. No da Apple, só existe um caminho.

A questão que a Justiça terá de decidir é simples: as escolhas dos usuários são limitadas pelo controle que a Apple exerce? Afinal, ter um iPhone é uma escolha, e uma escolha cara. E a fabricante vende, com seu aparelho, um pacote completo.

Os casos antitruste contra Facebook, Google e Amazon são mais fortes. Mas foi o da Apple que chegou mais rápido à Justiça.

    Tags:

  • Apple
  • iPhone
  • Fortnite

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