'A câmera do celular será a plataforma de realidade aumentada', diz Zuckerberg

Na F8, conferência para desenvolvedores da empresa, presidente executivo do Facebook mostrou sua visão de futuro para a tecnologia

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook, fala sobre realidade aumentada durante a F8, conferência anual de desenvolvedores da empresa Foto: Justin Sullivan/Getty Images/AFP

O Facebook quer que a câmera do seu celular seja o centro de uma das principais tendências tecnológicas da atualidade: a realidade aumentada. Na tarde desta terça-feira, 18, a empresa anunciou que pretende criar ferramentas para ajudar desenvolvedores a produzir novas aplicações para a tecnologia, que se tornou bastante popular em 2016 com o game Pokémon Go. 

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“Muita gente se perguntou o que estávamos fazendo ao colocar câmeras nos nossos aplicativos. Agora nós explicamos: a câmera do celular será a principal plataforma da realidade aumentada”, disse Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook, durante a F8, conferência anual de desenvolvedores feita pela empresa em San Jose, na Califórnia.

A frase de Zuckerberg faz menção aos contínuos lançamentos da função Stories, com mensagens efêmeras e filtros parecidos aos do Snapchat, em aplicativos como Instagram, Facebook Messenger, WhatsApp (com o nome de Status) e Facebook. Com o foco na realidade aumentada, a competição entre o Facebook e o Snapchat se acirra ainda mais – nesta terça-feira, o Snapchat também ganhou funções de realidade aumentada, tentando se antecipar ao anúncio do Facebook. 

Biblioteca. A ideia de Zuckerberg é que agora, cada aplicativo desses tenha uma biblioteca de filtros e ferramentas de realidade aumentada feitos pela rede de mais de 100 mil desenvolvedores que o Facebook tem ao redor do mundo. 

Entre elas, será possível criar máscaras para selfies (como as que já estão presentes no Messenger Day) e também molduras para suas fotos e vídeos. Nesse último caso, será possível também usar a geolocalização para determinar se um usuário pode usar uma moldura em sua foto – mostrando que está em determinado bairro ou cidade, por exemplo. 

A princípio, podem parecer utilizações cosméticas, mas é um primeiro passo. “Usamos ferramentas primárias de tecnologia porque ainda estamos criando algo novo”, disse Zuckerberg em seu discurso inicial. Para o executivo, a realidade aumentada pode substituir objetos físicos. “No futuro, a televisão poderá ser um app de US$ 1 no seu celular, em vez de um dispositivo eletrônico que custa US$ 500”, imaginou o executivo. 

Vida virtual. Outro destaque do anúncio do Facebook foi o Facebook Spaces: trata-se de um aplicativo para o Oculus Rift, óculos de realidade virtual feito pela empresa e lançado em abril de 2016. Por enquanto, o aplicativo está disponível apenas na versão beta (para testes), mas vai permitir que cada usuário, com auxílio de um avatar, converse e interaja com seus amigos em um ambiente virtual – desde que, claro esteja utilizando o Rift. 

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Até quatro pessoas poderão conversar juntas em um ambiente virtual do Spaces, que permitirá que os usuários tirem “selfies” em realidade virtual, desenhem ou até mesmo assistam vídeos em 360 graus. É a primeira vez que o Facebook mostra uma integração de sua rede social com o setor de realidade virtual – a empresa adquiriu a Oculus VR em 2014 por US$ 2 bilhões, mas pouco ainda havia sido dito sobre a integração entre as duas áreas. 

Empresas. Em 2016, a grande vedete da apresentação inicial da F8 foi o Facebook Messenger – na ocasião, o Facebook abriu a ferramenta para que desenvolvedores pudessem criar robôs de conversa (chatbots, em inglês). 

Um ano depois, mais de 100 mil robôs já foram criados – a maior parte deles é utilizado por empresas para conversar com seus clientes e consumidores. Segundo David Marcus, vice-presidente de produtos de mensagem do Facebook, mais de 2 bilhões de mensagens entre empresas e pessoas são trocadas todos os meses. Para o Facebook, porém, isso ainda é pouco: um dos principais anúncios foi a aba Discovery, que vai permitir que usuários encontrem robôs de conversa de suas empresas favoritas. 

“Queremos trabalhar com os desenvolvedores para mostrar para os usuários os melhores bots de cada região”, disse Marcus. “2017 será o ano de ganhar escala, e nós queremos virar as páginas amarelas do Facebook”. Espaço para isso existe: segundo Marcus, hoje há 65 milhões de empresas com páginas no Facebook – no entanto, apenas 20 milhões delas respondem a mensagens de seus consumidores mensalmente. 

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