A estratégia de expansão do Facebook

Empresa almeja levar lógica de ‘código aberto’ para fazer estrutura de telecomunicações crescer e ampliar número de usuários da rede social

PUBLICIDADE

Por Redação Link
Atualização:

Reuters

 

PUBLICIDADE

Quentin HardyMike IsaacThe New York Times 

Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook, tem um objetivo claro para sua empresa: fazê-la triplicar seu número de usuários – hoje, o Facebook tem 1,6 bilhão de membros. Para alcançar essa meta, ele precisa encontrar um meio de mudar as redes de telecomunicações de modo a tornar mais acessível a conexão com a internet, uma vez que muitos dos futuros usuários do Facebook vivem em países em desenvolvimento.

Esta pode ser uma má notícia para as fabricantes de equipamentos para redes, sejam elas gigantes do Vale do Silício, como a Cisco, ou pequenas fabricantes que produzem componentes para unir as diferentes partes da rede. “Claro que haverá alguma pressão, alguma consolidação” no caso de muitos fornecedores de equipamentos de tecnologia, disse Akshay Sharma, diretor de pesquisa da consultoria Gartner. “Quem atua no segmento de hardware terá de reduzir o pessoal”.

Leia também:Facebook está testando Wi-Fi público de alta velocidadeRedes sociais formam ‘bolhas políticas’

Sem dúvida, o sonho de Zuckerberg pode levar anos para virar realidade. Mas se ele conseguir abrir caminho para as pessoas se conectarem à web pagando menos, este será só o mais recente exemplo de como a empresa vem mudando o aspecto econômico do setor de tecnologia.

O Facebook mudou a forma como as pessoas interagem com seus amigos na rede. Mas o que menos se sabe fora dos círculos de tecnologia é como a empresa se tornou o mais agressivo exemplo do grupo de companhias que não querem pagar valores altíssimos por novos produtos de tecnologia.

Publicidade

Código aberto. Zuckerberg adotou o modelo de código aberto, que o ajudou a competir com redes gigantes como Amazon e Google. Código aberto é algo compartilhado entre empresas e pessoas, que criam coletivamente uma tecnologia a uma fração do preço de produtos de tecnologia tradicionais. Bits da tecnologia de código aberto são encontrados em todo lugar – incluindo o sistema operacional Android, do Google.

Quando o Facebook anunciar os resultados financeiros do seu mais recente trimestre, na quarta-feira, os investidores sem dúvida analisarão minuciosamente o quanto a companhia vem gastando, particularmente depois de Zuckerberg prometer investir mais na busca de novos usuários. E a chave para manter os custos baixos tem sido a tecnologia de código aberto.

Não surpreende, assim, que Zuckerberg confie no código aberto para criar e operar suas redes de telecomunicações, em um empreendimento estimado em US$ 150 bilhões ao ano.

Controle. Para conseguir que a realidade virtual seja acessível em todo o mundo, o Oculus VR, que hoje custa US$ 600, poderá valer US$ 5, disse Mike Schroepfer, diretor de tecnologia da empresa. É uma nova fantasia? Para o Facebook baixar os preços pode significar controlar a próxima grande plataforma de comunicações, pois Zuckerberg acredita que a realidade virtual no final suplantará os smartphones como principal conexão com o mundo online.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

O lucro que o Facebook pode ter com a realidade virtual é uma grande dúvida, mas a empresa seria capaz de controlar uma tecnologia crucial, sem depender dos produtos de outras empresas, como acontece nos PCs e nos smartphones.

Ao mesmo tempo, na conferência de desenvolvedores do Facebook falou-se nos mais recentes esforços da empresa na área do código aberto, incluindo uma rede sem fio urbana que checa seu desempenho 125.000 vezes por segundo, e um sistema sem fio de longo alcance que o Facebook diz que poderá enviar um gigabyte de dados por segundo, cerca de 10 vezes o alcançado por redes com bom desempenho e o necessário para a realidade virtual.

Segundo Jay Parikh, vice-presidente de engenharia do Facebook, ambas as tecnologias serão testadas este ano, e a ideia é lançá-las como projetos de código aberto. Segundo ele, o Facebook não pretende controlar ou vender a tecnologia, mas planeja trabalhar com “centenas” de companhias locais em todo o mundo com vista a conexões de alta velocidade mais baratas. /TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.