A maçã podre

Relatório da Apple mostra que fornecedores ainda deixam a desejar em várias condições trabalhistas

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Por Redação
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A Apple admitiu, após auditoria interna, que ao menos onze adolescentes de 15 anos trabalhavam em até três de suas fábricas até o ano passado. De acordo com o Daily Telegraph a empresa não revelou em que país ou fábricas os jovens trabalhavam na linha de montagem, mas a Apple mantém a maioria de suas fábricas na China, além de também ter instalações de montagem em Taiwan, Singapura, Filipinas, Malásia, Tailândia, República Tcheca e nos EUA. De acordo com a empresa, esses jovens não estão mais trabalhando em suas fábricas.

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A Apple já foi criticada outras vezes por oferecer más condições de trabalho em suas fábricas. Só em 2008, a Apple descobriu 25 crianças empregadas em suas linhas de montagem. De acordo com o relatório da empresa feito para 2009, só 65% de suas fábricas estavam pagando aos funcionários os salários e benefícios corretamente. Só 57% tinham permissões ambientais para operar. Há também registros de assédio moral a funcionários e contaminação por produtos químicos.

Um dos blogueiros do Daily Telepgraph, Malcom Moore, opina: bom que a Apple resolveu auditar um número quase três vezes maior em relação a 2007. Eram 39 fábricas investigadas, agora são102. Mas, de acordo com as impressões dele, a Apple está usando fábricas cada vez piores para montar seus aparelhos:

O relatório do ano passado destacou 17 “violações centrais”, mais que cinco do que no ano anterior, e um número proporcionalmente maior. (…) Alguns problemas pioraram bastante. A porcentagem de fábricas com as permissões ambientais e os sistemas de relatórios corretos caiu de 73% de 2008 para só 57% em 2009. A porcentagem de fábricas trabalhando para evitar doenças ocupacionais caiu de 79% para 61%. Mais fábricas estão pagando os salários certos: 65% comparado a 59%, e mais fábricas estão seguindo as instruções da Apple quanto às horas de trabalho: 46% comparado a 41%. Contudo, está claro que quando mais da metade dos seus fornecedores estão colocando os funcionários para trabalhar mais de 60 horas por semana, ainda há trabalho a ser feito.

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