A roqueira virou fã de Simone e Simaria

Com playlists, Yasmin tenta levar ouvinte a viajar

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Yasmin mistura músicas de diversos tipos nas playlists que mais gosta de fazer Foto:

“O primeiro show que eu vi e me marcou muito foi o do Silverchair, em Recife, em 2003”, conta Yasmin Muller, gerente editorial do Deezer no Brasil. “Eu morava em Fortaleza, viajei para ver o show. Eu era roqueira na época, não tinha como não ser, né?”, diz ela.

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Mais de uma década depois da aventura adolescente, Yasmin prepara, sozinha, as playlists brasileiras do serviço de streaming de música Deezer, desde que a empresa francesa estreou no Brasil, em 2013.

A experiência mudou o que toca nos fones de ouvido de Yasmin, que é cearense, filha de gaúchos e tem 28 anos. Segundo ela, o sertanejo domina mais de 60% das canções escutadas no Deezer pelos brasileiros. “No começo foi difícil, mas quem vê hoje não acredita: sou fã de Simone e Simaria e adoro a Marília Mendonça”, diz Yasmin, fazendo referência a referências do “feminejo” – o sertanejo feito por mulheres, com pegada feminista.

Formada em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos, Yasmin passou pela Rádio Ufscar e pela MTV antes de chegar ao serviço – em cada lugar, novos estilos (a música alternativa brasileira na rádio, o pop na emissora de TV) se somaram a seu repertório.

Segundo Yasmin, hoje há duas formas de criar uma playlist: pelo gênero ou pelo sentimento em comum. Para isso, ela mistura planilhas de Excel que mostram o desempenho das faixas, com seu conhecimento musical.

“As listas que eu mais gosto de fazer têm uma pegada de levar o ouvinte para viajar, misturando gêneros, como a de cozinhar (Cook & Chill)”, diz ela. “Elas não são tão ouvidas, mas são as que eu mais gosto de fazer ainda assim.”

Para Yasmin, uma das principais características que um editor de playlists precisa ter em seu dia a dia é não ter preconceito com música.

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“Muita gente que trabalha com música adora ter várias regrinhas sobre o que é bom e o que é ruim”, diz. Ela – que mistura Rihanna, Wesley Safadão e o músico alternativo Vitor Araújo em uma lista só – comemora. “Adoro o fato que o meu algoritmo é uma bagunça.” 

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