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América Latina pode ser joia da coroa de acordo entre AT&T e DirecTV

Com 18 milhões de assinantes, DirecTV pode abrir portas da região para operadora móvel dos EUA

Por Agências
Atualização:
 

NOVA YORK – A proposta de aquisição da DirecTV pela AT&T dará à maior operadora de telefonia móvel dos Estados Unidos uma presença firme na América Latina, região que oferece grande potencial de crescimento em televisão paga e banda larga móvel. A DirecTV, com seus 18 milhões de assinantes nas Américas Central e do Sul, é a maior fornecedora de TV paga na região, onde o mercado para tais serviços já está crescendo a um ritmo muito mais rápido que no maduro mercado norte-americano.

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A DirecTV está “em vantagem quando comparada a (serviços de) cabo e telecomunicações na América Latina”, disse a AT&T em um comunicado que anunciou sua proposta de US$ 48,5 bilhões, no domingo. “A América Latina tem um mercado de TV paga subexplorado – cerca de 40% dos lares assinam TV paga -, conta com uma crescente classe média, e é o segmento de clientes da DirecTV que cresce mais rápido.”

Salientando a importância da América Latina para a lógica do negócio, a AT&T disse que se desfaria de sua fatia de US$ 5 bilhões na América Móvil, de Carlos Slim, para amenizar questões regulatórias e, assim, obter os negócios da DirecTV na região. As operações da DirecTV na América Latina têm sido consideradas as joias da coroa da empresa nos últimos anos, respondendo por 95% do crescimento da base de assinantes, mas por apenas 20% das receitas.

No Brasil, a empresa controla a maior fornecedora de TV por satélite do País, a SKY, com 93% de sua participação. A empresa detém ainda 41% da SKY Mexico, controlada pela mexicana Televisa e com atuação no México, América Central e República Dominicana. A companhia também possui 100% da PanAmericana, que oferece serviços de TV via satélite sob a marca DirecTV em países como Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia e Porto Rico.

A DirecTV espera que sua receita fique na faixa entre US$ 8 bilhões a US$ 9 bilhões até 2016, abaixo da previsão anterior de US$ 10 bilhões. Em dezembro, a DirecTV disse que sua taxa de crescimento anual composto foi de 22% na Argentina, 16% na Venezuela e de cerca de 32% em outros países servidos pela PanAmericana, como Colômbia e Chile.

Mais fusões A companhia resultante da associação entre AT&T e DirecTV também pode tirar vantagem de oportunidades de aquisição que a DirecTV não poderia fazer sozinha. Em 2013, a DirecTV tentou adquirir a GVT, da francesa Vivendi, que oferece banda larga, telefonia e TV paga em 150 cidades do País, mas as negociações emperraram por ofertas baixas.

Um ativo que analistas mencionaram como potencial alvo de compra é a operadora móvel TIM Participações, em meio a expectativas de venda neste ano pela controladora Telecom Italia. Isso pode dar à AT&T uma oportunidade para acelerar o desenvolvimento da DirecTV no segmento de banda larga móvel de alta velocidade no Brasil, ganhando acesso aos 73 milhões de clientes da TIM no país.

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Nova tecnologia Nos Estados Unidos, a DirecTV fornece apenas serviços de televisão. Mas na América Latina, a companhia tem lentamente evoluído para serviços de banda larga móvel, em uma região onde a fraca infraestrutura tem atrasado a adoção de serviços de Internet de alta velocidade. A companhia possui frequências que cobrem 43 milhões de domicílios na Argentina, Brasil, Colômbia e Peru. A empresa busca fornecer serviços de Internet para mais de 5 milhões de lares nestes países até o fim de 2014, segundo seu site.

A AT&T tem ampla experiência em aquisição de espectro móvel e a América Latina fornece amplas oportunidades para maior crescimento de serviços de Internet.A penetração de banda larga no Brasil, por exemplo, é de apenas 33%, de acordo com a BTIG Research. “A DirecTV tem sido bastante conservadora em sua abordagem na América Latina. Há oportunidade para um novo dono explorar mais crescimento, particularmente em banda larga móvel, onde eles têm visto sucesso inicial”, disse o analista Walt Piecyk, da BTIG.

/ REUTERS

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