Anonymous quer destruir o Facebook
Grupo hacker anuncia que fará ataque coordenado para tirar a rede social do ar no próximo dia 5 de novembro
10/08/2011 | 16h19
Por Rafael Cabral - O Estado de S. Paulo
Grupo hacker anuncia que fará ataque coordenado para tirar a rede social do ar no próximo dia 5 de novembro
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SÃO PAULO – Depois de derrubar os sites do Pentágono e da OTAN, roubar gravações da News Corp e até ajudar no conflito da Síria, o Anonymous agora planeja uma das suas mais complexas operações: destruir o Facebook.
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Preocupados com a invasão de privacidade e o com o poder acumulado pela organização, os hackers querem fazer um ataque coordenado para tirar a rede social do ar e já escolheram até o dia, o próximo 5 de novembro.
O dia escolhido é simbólico, já que representa a data histórica em que Guy Fawkes, um especialista em explosivos, tentou acabar com a vida do rei protestante Jaime I e explodir o parlamento inglês, em 1605. A conspiração católica de que Fawkes fazia parte acabou sendo descoberta às vésperas do atentado, condenando-o à forca.
Seu plano de detonar o parlamento foi realizado apenas na ficção, com o personagem V, da graphic novel V de Vingança. Em toda a história o anarquista imaginado por Alan Moore usa uma máscara homenageando Fawkes, a mesma escolhida pelos hackers como símbolo do Anonymous.
Veja o comunicado divulgado por eles:
“O meio de comunicação que todos vocês adoram será destruído. Se você
é um hacktivista ou uma pessoa desejando proteger a liberdade de
informação no mundo, junte-se a nós e ajude a destruir o Facebook e a
salvar nossa privacidade.
O Facebook vende informações dos seus usuários para agências
governamentais e dá acesso clandestino a firmas de segurança para que
elas espiem pessoas ao redor do globo. Algumas dessas firmas trabalham
para governos autoritários, como os do Egito e Síria.
Tudo que você faz no Facebook fica no Facebook independentemente das
suas configurações de privacidade, enquanto deletar sua conta é
impossível. Mesmo se você deletá-la, suas informações pessoais ficam
no Facebook e podem ser lembradas a qualquer momento. Configura-lo
para um modo mais “privado” é uma ilusão. O Facebook sabe mais de você
que sua família.
Você não pode fugir da realidade que vocês, pessoas da internet,
vivem. O Facebook é oposto da causa Antisec. Vocês não estão seguros
de nenhum governo. Um dia vamos olhar para trás e perceber que o que
fizemos foi certo, e aí todos irão agradecer os árbitros da internet.
Não estamos prejudicando, mas tentando salvar vocês.
Os tumultos estão em curso. Não é uma batalha sobre o futuro da
privacidade ou da publicidade, mas sim por escolha e consenso. As
pessoas estão sendo levadas a fazer coisas das quais não entendem as
consequências. O Facebook diz que dá opções aos seus usuários, mas
isso é completamente falso. Ele dá aos seus usuários a ilusão de fazer
isso, mas escondem alguns detalhes para “próprio bem” deles enquanto
fazem milhões de dólares. Quando um serviço é gratuito, o que isso
realmente quer dizer é que ele está fazendo dinheiro de você e das
suas informações.
Pense um pouco e se prepare para um dia histórico, 5 de novembro,
#opfacebook. Esse é o nosso mundo agora. Nós existimos sem
nacionalidade, sem base religiosa. Temos o direito de não sermos
subjulgados, vigiados e usados para o lucro. Temos o direito de não
vivermos como escravos”
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Ouça aqui o comunicado em inglês
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