Aplicativo chinês WeChat tenta agregar novos serviços

Desenvolvedores criam‘miniaplicativos’ parao serviço, que já compete com sistemas como iOS e Android

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Por Sijia Jiang
Atualização:
  Foto: BOBBY YIP | REUTERS

Em um aglomerado de prédios industriais em Mao, na China, desenvolvedores do principal aplicativo de troca de mensagens do País, o WeChat, redesenham peças importantes de seu produto. O objetivo é claro: espalhar seus tentáculos em praticamente todos os aspectos da vida chinesa.

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Cerca de 1,5 mil desenvolvedores, principalmente jovens, foram encarregados de aumentar o envolvimento do usuário por meio de novos “miniaplicativos” no WeChat, que funcionam como apps convencionais. No entanto, em vez de baixar na loja de apps do Google ou da Apple, o usuário apenas tem acesso a eles por meio da plataforma de mensagens, sem necessidade de baixar o aplicativo no celular. Os usuários, por exemplo, podem usar um programa do WeChat para pedir comida em um restaurante em vez de usar um aplicativo diferente.

O WeChat, propriedade da gigante chinesa Tencent, afirma que a novidade não é um desafio aos sistemas operacionais tradicionais, mas alguns analistas dizem que o novo negócio poderia se alimentar do iOS e Android para crescer. “Em longo prazo, a relação entre o sistema da Tencent e das empresas tradicionais deixará de ser de coexistência para se tornar uma competição intensa”, afirma o professor de sistemas de informação na Ivey Business School, no Canadá, Su Ning.

Afinal, o WeChat é um gigante na China, com 938 milhões de usuários, e já se tornou um local para que usuários façam de tudo: desde leitura de notícias até reserva de táxis. Metade de seus usuários, de acordo com a Tencent, já gasta mais de 90 minutos por dia no app. Com os novos “miniprogramas”, a companhia dá mais um empurrão no crescimento do WeChat e em sua concorrência com sistemas operacionais, e não mais apenas com outros apps de mensagens.

“Uma tendência muito forte na China é a queda na busca de aplicativos para iOS e Android, que precisam ser baixados. Programas como WeChat, que acumulam várias aplicações em um único serviço, estão crescendo”, diz Leon Du, cofundador da Beansmile, uma consultoria digital especializada em desenvolver aplicativos.

Dificuldades. Apesar do ânimo do WeChat e de analistas do setor, a adoção dos novos “miniprogramas” tem sido lenta na China. De acordo com o especialistas em audiência da consultoria Analysis, Dong Xu, as empresas e as pessoas ainda não aceitaram completamente esse novo formato proposto pelo WeChat.

“Os ‘miniprogramas’ são usados, principalmente, para realizar pequenas atividades, de vez em quando, como pagamento de estacionamento ou de contas”, afirma Dong. “Necessidades mais frequentes, como entretenimento e comércio eletrônico, ainda são feitas em aplicativos.”/ TRADUÇÃO DE MATHEUS MANS

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