Empresas latino-americanas de tecnologia mostram confiança no potencial da região e acreditam que podem competir no mercado global
“A TI (tecnologia da informação) na América Latina aposta no conceito de serviços ‘perto de casa’, com uma inter-relação e uma afinidade cultural para explorar o próprio mercado”, afirmou à Agência Efe o presidente do grupo Assa, Roberto Wagmaister.
O representante do grupo argentino informou que além de conquistar o próprio mercado, as empresas latino-americanas da TI podem ser também “grandes atores” no cenário mundial. ”Cerca de 70% do pessoal que trabalha em nossas empresas latino-americanas domina o inglês e possui uma cultura flexível, sem vínculos políticos ou religiosos que interfiram na globalização. Por isso a diferença é gigantesca frente a outros concorrentes”, ressaltou.
Para Wagmaister, as grandes multinacionais que operam na região estão optando pelas empresas locais para seus serviços de TI. “Entre os emergentes, o campeão na primeira onda da informática foi a Índia, que é líder em programação e infraestrutura em massa, mas a América Latina avança nos segmentos de manutenção e desenvolvimento”.
Em matéria de avanços na área, segundo Wagmaister, Uruguai, Chile e Colômbia se “aproximam” de Brasil, México e Argentina, com atuações importantes nos setores de mineração, energia, química, saúde, serviços financeiros e do poder público.
No entanto, o executivo advertiu que “a TI não é um departamento de uma empresa, é um negócio, e para a internacionalização das empresas latino-americanas é necessário adaptar a legislação de trabalho à globalização e não correr o risco de perder competitividade”.
A expansão das empresas latino-americanas obedece a uma “convergência de fatores”, como a desvalorização do dólar, o crescimento das economias da região e sua participação global, destacou Marco de Mello, presidente do grupo Xangó, dedicado às soluções de segurança na internet.
O brasileiro considerou que com uma “maior disponibilidade de capital de risco” e o retorno de pessoal que se capacitou e trabalhou nas grandes empresas da TI do mundo, a América Latina está em condições de “atender seu próprio mercado”.
/EFE