Apple lança iCloud sem surpresas

Em sua conferência anual de desenvolvedores, a empresa lança novas versões de seus softwares e anuncia serviço de sincronização online

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Por Carla Peralva
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SÃO PAULO – A edição deste ano da Worldwide Developers Conference (WWDC), conferência anual de desenvolvedores da Apple começou esquisita: não era segredo o que seria anunciado. A própria empresa divulgou na terça-feira, 31, quais seriam as principais novidades apresentadas no evento: novas versões dos softwares para celulares (iOS) e computadores (Mac OS X) e o iCloud, um novo serviço online que sincroniza arquivos entre diferentes aparelhos.

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E foi “só” isso mesmo. Um grande cartaz coberto por uma lona negra logo na entrada do centro de convenções até levantou novas especulações sobre um lançamento de última hora entre os mais de 5.200 desenvolvedores e repórteres que estavam presentes no evento. Mas os rumores cessaram assim que Steve Jobs, mesmo de licença médica, subiu ao palco e anunciou: “hoje, falaremos sobre software”.

Tradicionalmente, a Apple usa a WWDC para lançar a nova versão do seu celular. O iPhone 4, por exemplo, foi anunciado em junho do ano passado durante a edição anterior do evento. É a primeira vez que nenhum aparelho novo é apresentado em um grande anúncio da empresa. Quanto ao próximo modelo do iPhone, analistas esperam que ele seja lançado em setembro ou outubro deste ano.

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Mac OS X Lion. Depois de dizer que, se o hardware é o cérebro e o suporte de um produto, o software é a sua alma, Steve Jobs deixou o palco e foi substituído por Phil Schiller para apresentar o Lion, a nova versão do sistema operacional (OS) para Macs. O vice-presidente de marketing de produtos da Apple destacou nove das 250 novas funções a que os mais de 54 milhões de usuários de Macs no mundo, entre notebooks e desktops, terão acesso com o OS atualizado.

O Lion estará disponível em julho na Mac App Store e custará US$ 29,99.

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iOS 5. Scott Forstall, vice-presidente responsável pelo iOS, foi quem apresentou a versão 5 do sistema operacional para os aparelhos móveis da Apple, que traz 200 novas funções e 1.500 novas APIs. Ele destacou 10 funções centrais, a maioria melhorias de aplicativos já existentes como: o Twitter (ainda mais integrado com o iPhone), o Safari (novas funções de navegação), o app da câmera (permite zoom, recorte, rotação e correção de olhos vermelhos), o serviço de e-mail (recursos de rich-texting, busca por mensagens inteiras e endereços arrastáveis) e  o Centro de Jogos (compra e download de games dentro do aplicativo).

iCloud. O grande anúncio do dia foi feito por Steve Jobs, que voltou ao palco depois de assistir aos seus colegas apresentarem as novidades para computadores e para aparelhos móveis. O que o CEO da Apple foi apresentar também é um software, mas  que não se restringe a um tipo de dispositivo — funciona também em PCs. É um serviço online de sincronização. Simple assim.

Com o iCloud, todo o conteúdo dos usuários é fica online — ou na nuvem, como Jobs gosta de dizer — e pode ser acessado em qualquer aparelho. Os aplicativos passam conversar entre si, podendo acessar as informações geradas pelo mesmo programa em outro dispositivo.

Exemplo: uma pessoa sai de férias e tira diversas fotos com seu iPhone. Na volta, que mostrar as imagens para seus amigos de trabalho pelo iPad. É só acessar a nuvem pelo próprio aplicativo de fotos e navegar pelas imagens. Chegando em casa, essa mesma pessoa quer olhar as lembranças da viagem com mais calma e salvá-las em seu PC. De novo, acessa a nuvem e sincroniza os álbuns, dessa vez, salvando as fotos no disco.

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Outra situação simulada por Jobs: alguém cria um documento de texto em seu Mac. Salva-o e, por padrão, o arquivo também será salvo online. A caminho do trabalho, essa pessoa quer editar o mesmo documento por seu iPad. Fácil — acessa a nuvem edita, salva e pronto. A nova versão poderá ser acessada de novo pelo computador, sem a necessidade de enviar o arquivo por e-mail ou conectar os aparelhos usando fios.

O mesmo é válido para músicas e livros, que poderão ser baixados em diversos aparelhos sem taxa extra alguma. Todas as músicas do iTunes de um usuário será tratada como uma música comprada pela loja online do serviço e, por isso, poderão ser transferidas para outros aparelhos sem problemas de direitos autorais.

Como parte do iCloud, também foi lançado o iTunes Match, a tão falada versão online do serviço de música a Apple. O serviço, também baseado na nuvem,  vai analisar o disco rígido do usuário e dar a ele acesso remoto a toda sua biblioteca a um custo anual de US$ 25.

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As faixas serão ouvidas online, sem necessidade de baixá-las novamente em outro aparelho. Como o próprio Jobs pontuou, é a primeira vez que a indústria fonográfica lança um serviço do tipo, em que o usuário pode acessar músicas já compradas em diferentes aparelhos. Isso só foi possível porque a Apple fechou acordo com grandes gravadoras, como EMI, Universal e Warner. A Apple ficará com 30% da tarifa anual de US$ 25 e dividirá os 70% restantes com gravadoras e editoras parceiras.

A ideia é tornar o ambiente online o centro da vida digital de cada um, tirando esse papel do desktop. O iCloud não pretende ser um centro de armazenamento e, sim, uma ferramenta de sincronização baseada na nuvem e integrada aos aplicativos. “Apenas funciona”, como definiu Jobs.

O serviço será gratuito, não terá publicidade e, como padrão, estará ativado nos aparelhos com iOS 5.

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