Apps do bem

Projeto de ONG brasileira em Londres ensina jovens a criar aplicativos

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Por Redação
Atualização:

O Comitê de Democratização de Informática (CDI) descobriu na prática que inclusão digital é um conceito com significados diferentes em diversos lugares no mundo. E precisou adotar métodos diferentes dos usados aqui se quisesse usar a tecnologia para mudar algo na vida de jovens das periferias londrinas.

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A ONG começou no Rio, na década de 90, arrecadando verba para doar computadores a jovens do morro Dona Marta, e os ensinando a usar as máquinas para extrair algo valioso. Hoje atua em 13 países.

Para trilhar o caminho da inclusão digital em Londres foi preciso pesquisar. Concluíram que ali funcionaria melhor ensinar jovens da periferia a desenvolver aplicativos para celular, e então a CDI criou o projeto Apps For Good (aplicativos do bem).

“Mantivemos a essência do CDI, que é a metodologia focada na resolução de problemas e na troca entre educador e aluno, e mudamos para a plataforma para smartphones com Android, porque é mais compatível com a realidade deles”, explica Luisa Gockel, gerente de desenvolvimento institucional do CDI Europa. “Eles olham para a comunidade em que moram – áreas com índice elevado de desemprego e criminalidade –, escolhem os temas e bolam ideias para resolver problemas.”

O curso é gratuito, diário e puxado. Três horas por dia durante oito semanas. “Os garotos foram divididos em trios. Os grupos, orientados cada um por um mentor, pensaram o aplicativo, desenvolveram o programa e o colocaram à disposição no Android Market”, diz Luisa. Segundo ela, como essas são as primeiras turmas do Apps For Good, eles estão testando o que dá certo e o que não dá. Na primeira turma, foram criados três aplicativos.

“Na próxima, queremos usar o App Builder do Android, uma plataforma promissora e aberta. Na primeira turma usamos o aparelho Nexus, na próxima vamos usar o Dell Streak, que já está mais próximo de um tablet mas não é tão grande quanto um iPad”, esclarece.

A diretora do Apps For Good, Iris Lapinski, acha que o projeto rende aos jovens uma qualificação profissional e os convida a se relacionar com a comunidade: “Eles começam com ‘como isso pode me ajudar’ e então conhecem gente como eles, têm contato com outros universos. O próximo passo é tornar o curso disponível para todo mundo online e compartilhar o conhecimento.”

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—- Leia mais:Edição do ‘Link’ de 23/08/2010

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