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Assange recorre da extradição

Tribunal de Londres determinou ida do fundador do WikiLeaks para a Suécia, onde ele é acusado de crimes sexuais

Por Agências
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Na semana passada, Assange, que enfureceu o governo dos EUA por causa da publicação de milhares de documentos diplomáticos sigilosos, foi informado por um juiz britânico de que iria ser extraditado para a Suécia para responder pelas denúncias de abusos sexuais feitas por duas ex-voluntárias do WikiLeaks.

O australiano, de 39 anos, nega ter cometido crimes sexuais e se diz vítima de uma perseguição política. Seus advogados apresentaram o recurso à Alta Corte de Londres.

Uma voluntária acusa Assange de molestá-la sexualmente, ignorando seu pedido para que ele utilizasse preservativo durante uma relação sexual; a outra o acusa de ter feito sexo com ela enquanto ela dormia, também sem preservativo, o que pela lei sueca é considerado uma forma branda de estupro.

Os advogados de Assange alegam que ele não terá um julgamento justo na Suécia, pois casos de estupro tramitam em sigilo. Eles criticam também o regime europeu de mandados de prisão, que permitiu o pedido de extradição de Assange para a Suécia.

“Essas são questões que deveriam dizer respeito a qualquer pessoa que pense corretamente, e a questão irá ser se devemos enviar pessoas para países que não respeitam os padrões mínimos de direitos humanos”, disse Mark Stephens, advogado de Assange, à Reuters.

O WikiLeaks causou um alvoroço nos meios jornalísticos e diplomáticos quando começou a divulgar, no ano passado, mais de 250 mil comunicações diplomáticas dos EUA, revelando segredos que causaram constrangimentos para Washington e seus aliados.

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Na quarta-feira, 2, os militares dos EUA anunciaram mais 22 acusações contra um soldado acusado de permitir o vazamento dos documentos, e promotores norte-americanos examinam a possibilidade de também processar Assange.

Após a decisão judicial da semana passada, Assange, atualmente sob liberdade condicional no interior britânico, acusou os Estados Unidos de pressionarem Grã-Bretanha, a Suécia e a imprensa.

Stephens disse que o recurso deve ser analisado dentro de dois a três meses, e que, se não for acatado, ele poderá solicitar autorização para apelar à Suprema Corte britânica.

/ Michael Holden (Reuters)

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