Ativistas condenam prisão de blogueiro no Egito

Maikel Nabil foi levado preso em 18 de março e acusado de insultar o conselho militar

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Por Agências
Atualização:

A sentença de prisão aplicada a um blogueiro que criticou o Exército do Egito atraiu objeções de grupos defensores de direitos humanos, segundo os quais o conselho militar no comando do país está restringindo a liberdade de expressão.

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Maikel Nabil, de 26 anos, foi levado de sua residência no Cairo por cinco autoridades militares em 18 de março e acusado de insultar o conselho militar e “divulgar informações falsas”, afirmou a ONG com sede em Nova York Human Rights Watch (HRW).

Em um texto publicado em seu blog em 8 de março, Nabil questionou as motivações dos militares e publicou fotografias e vídeos de manifestantes que, segundo ele, foram atingidos pela polícia militar durante as revoltas que forçaram o presidente a renunciar.

Os advogados de Nabil foram notificados de que o juiz decidiria a sentença na terça-feira, mas descobriram que ele já havia sido sentenciado sem a presença deles no sábado, afirmou a HRW, citando o advogado de defesa Adel Ramadan.

“A sentença de três anos de Maikel Nabil pode ser o pior ataque contra a liberdade de expressão no Egito desde que o governo Mubarak manteve preso por quatro anos um blogueiro, em 2007″, disse Joe Stork, vice-diretor da HRW no Oriente Médio. Ele insistiu para que o Exército retire todas as acusações e liberte Nabil imediatamente.

Ativistas suspeitam que o governo tenha prendido e julgado centenas e até milhares de egípcios em tribunais militares, em processos a portas fechadas que ocorreram após a saída do presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro.

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Desde a renúncia de Mubarak, os militares prometeram eleições livres e justas e o fim do governo de emergência.

Mas a HRW afirmou ter visto uma carta do conselho militar enviada para editores de jornais egípcios afirmando que quaisquer notícias, fotos ou comunicados relativos às Forças Armadas devem ser avaliados primeiro pela inteligência militar para proteger a segurança nacional.

/ REUTERS

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