Blackberry compra empresa que faz criptografia do celular de Angela Merkel
Governo da Alemanha aprovou a aquislção da Secusmart pela empresa canadense, que busca atrair clientes corporativos preocupados com segurança
28/11/2014 | 18h59
Por Agências - Agências

BERLIM – O governo da Alemanha aprovou uma planejada aquisição da empresa Secusmart, cuja tecnologia de criptografia é usada para proteger os dispositivos móveis de políticos de alto escalão, incluindo a chanceler Angela Merkel, pela fabricante canadense de smartphones BlackBerry.
O acordo faz parte dos esforços do novo presidente-executivo da Blackberry, John Chen, para fortalecer o apelo da companhia para clientes preocupados com segurança, como agências governamentais.
A marca canadense busca reconquistar o terreno perdido para o iPhone, da Apple, e dispositivos rivais que usam o sistema operacional Android, do Google, apostando no mercado corporativo.
O governo alemão disse após o anúncio da aquisição em julho que analisaria se a compra da Secusmart, empresa de capital fechado sediada em Dusseldorf, poderia representar uma ameaça aos interesses de segurança da Alemanha.
A questão era particularmente sensível na Alemanha, já que o acordo entre as duas empresas foi anunciado após revelações de que a agência de inteligência norte-americana interceptou conversas telefônicas feitas por Merkel de um telefone não-criptografado.
Merkel e outros membros do governo alemão têm dispositivos móveis BlackBerry com criptografia Secusmart.
Segundo relatos na mídia, a Alemanha insistiu que a sua Agência Federal de Segurança de Informação tenha certos direitos de acesso e controle relacionados ao código usado no sistema operacional BlackBerry.
A Alemanha, também segundo a mídia, recebeu garantias da BlackBerry de que as informações confidenciais não serão passadas a agências de inteligência estrangeiras.
Reestruturação
A Blackberry passa por uma reestruturação. O atual presidente executivo da empresa assumiu o cargo em novembro do ano passado, no mesmo dia em que uma planejada compra da companhia fracassou (um consórcio liderado pela Fairfax Financial havia ofertado US$ 4,7 bilhões pela fabricante de celulares).
Sua principal aposta desde que assumiu o cargo foi lançar o smartphone de tela quadrada Passport, que tem foco no uso profissional. O lançamento faz parte da estratégia de Chen para abandonar as vendas minguantes de smartphones para consumidores e se concentrar em serviços de alta rentabilidade para corporações.
É parte do plano de Chen equilibrar o fluxo de caixa até o fim deste ano fiscal e retornar à lucratividade durante o ano fiscal que terminará no início de 2016.
/ REUTERS
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