Bloqueio de vendas online pode limitar concorrência

Advogado-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia afirma que impedir vendas pela internet pode quebrar regras de mercado

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Por Agências
Atualização:

Empresas que bloqueiam a venda de seus produtos na internet podem estar quebrando regras da União Europeia, disse um conselheiro do maior tribunal europeu na quinta-feira, 3, assumindo um ponto de vista que poderá reduzir o controle das grifes de luxo sobre sua imagem.

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O impedimento das vendas online pode ser desproporcional e contra a concorrência, afirmou um advogado-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia (ECJ) Jan Mazak.

Ele deu sua opinião sobre o caso da empresa francesa de cosméticos Pierre Fabre Dermo-Cosmetique (PFDC), dona das marcas Avene, Klorane, Galenic e Ducray, que obrigou distribuidores a venderem seus produtos apenas em lojas físicas.

Donas de marcas luxuosas argumentaram longamente que suas lojas físicas são necessários para proteger sua imagem e a exclusividade de seus produtos, mas varejistas online como o eBay afirmam que tais restrições são injustas.

“A recusa absoluta da Pierre Frabre em permitir a seus distribuidores franceses vender produtos na internet parece desproporcional”, opinou Mazak.

O argumento da Pierre Fabre de que o bloqueio se justifica por razões de saúde pública “parece não ter fundamento”, já que os produtos não são medicinais, disse.

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“O bloqueio absoluto das vendas na internet, no contexto de uma rede de distribuição seletiva, que vai além do que é necessário para distribuir bens de uma maneira adequada, de acordo com a qualidade do material e sua imagem, tem o objetivo de restringir a concorrência”, afirmou Mazak.

Embora seja apenas uma opinião até o momento, Mazak manifestou seu ponto de vista diante dos juízes do tribunal, que seguem as recomendações de advogados-gerais em mais de 80% dos casos.

/ Conos Sweeney (REUTERS)

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