Brasil é prioridade para PayPal; diz CEO

Presidente do serviço de pagamentos acredita que o comércio eletrônico mundial será móvel, local, social e digital

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:
 Foto: Estadão

Tudo aconteceu em menos de um minuto. John Danahoe, CEO do PayPal, pegou o celular e se logou na conta do serviço de pagamentos. Reclamou da velocidade da conexão 3G e pronto: em três cliques comprou uma camiseta da selecção brasileira para os filhos. “Essa camiseta será entregue na minha casa, nos EUA, e o vendedor não sabe nenhum dado sobre mim”, disse.

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A demonstração foi uma maneira de mostrar ao público presente na palestra Futuro dos Pagamentos, que aconteceu na manhã desta quarta-feira, 13, em São Paulo, o potencial da empresa que preside – e o que chama de “futuro do dinheiro”, um grande banco on-line que tem o potencial de desenvolver tanto pequenos vendedores, quanto grandes magazines, e de aproximar mercados e países. E, agora, a menina dos olhos do conglomerado eBay-PayPal é o Brasil.

O eBay cresceu 7,6% no País em 2010. São 23 milhões de brasileiros consumidores em potencial. Entre os Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China, países de economia em desenvolvimento que tiveram rápido crescimento no cenário internacional), o Brasil é o país em que as pessoas mais passam tempo navegando – o que, em se falando de e-commerce, é uma oportunidade constante de negócios.

A dificuldade do eBay-PayPal, agora, é tornar mais pessos vendedoras. Danahoe perguntou à plateia quantas daquelas pessoas já haviam comprado algo pelo eBay. Um terço levantou as mãos. Mas só um dos presentes já havia vendido algo através do site. No mundo, são 99 milhões de compradores por mês, e 25 milhões de vendedores.

Instituição financeira. O PayPal funciona como um grande banco mundial para movimentar mercadorias e dinheiro ao redor do globo. “O PayPal permite a transação entre qualquer comprador e vendedor do mundo. Isso permitiu que a empresa crescesse enormemente. 92 bilhões de volumes já foram vendidos pelo PayPal, e a maior parte deles através do eBay”, diz Danahoe.

Para possibilitar sua atuação transnacional, o PayPal se conecta às instituições bancárias locais, permitindo que pequenos vendedores possam vender para qualquer pessoa no mundo. “E os consumidores têm mais possibilidade de comprarem o produto. Porque você não compartilha suas informações pessoais com ninguém. Coloca isso na nuvem, e nada pessoal é compartilhado com o vendedor”, completa o CEO.

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O PayPal está negociando com as instituições bancárias no Brasil. Um os pré-requisitos para a chegada do sistema de pagamentos por aqui foi a possibilidade de se fazer compras parceladas – já aceitas no serviço. Por isso, diz Danahoe, o PayPal é o futuro do dinheiro: “a ferramenta permite que se compre qualquer coisa, de qualquer lugar, a qualquer momento”.

Tendências. Mas este futuro ainda verá algumas mudanças. Para Danahoe, a principal delas foi a demonstrada durante o evento: a possibilidade de comprar pelo celular. E  novas tecnologias, como a NFC (Near Field Communication), por exemplo, podem estreitar ainda mais os limites.

Um exemplo bobo, mas ilustrativo: você gostou de um sapato que seu amigo está usando. Basta fotografá-lo para comprar um igual – pelo celular, em instantes. Coisas desse tipo, diz o CEO, já estão acontecendo. “Isso vai mudar a maneira como as pessoas compram”, diz.

No geral, Danahoe listou quatro grandes tendências para o e-commerce mundial: ele será móvel, local, social e digital.

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