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Brasil Game Show destaca 'superpoderes' dos jogos no País

Criada em 2009, feira espera atrair 250 mil vistantes ávidos por novidades e games ainda não lançados; mercado movimenta US$ 1,34 bilhão por ano no País

Por Bruno Capelas
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SÃO PAULO – Aperte start: nesta semana, acontece em São Paulo a Brasil Game Show, maior feira de games do País. Com expectativas de receber 250 mil visitantes, o evento é uma oportunidade para fãs brasileiros de games terem acesso a títulos inéditos no mercado nacional, além de conhecer games produzidos no País. Por aqui, a indústria de jogos eletrônicos faturou US$ 1,34 bilhão em 2013 – quase o dobro das indústrias fonográfica e de cinema juntas (ver gráfico ao lado).

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Criada em 2009 pelo empresário Marcelo Tavares com o nome Rio Game Show, a feira estreou recebendo 4 mil visitantes na capital fluminense. Três anos depois, mudou de nome e de cidade, indo para São Paulo, onde agora realiza sua sétima edição. Se em 2013 a feira foi palco para a chegada dos consoles PlayStation 4 e Xbox One, agora o destaque volta a ser dos jogos, seja em videogames, PCs ou celulares.

“Há uma demanda reprimida por games no Brasil”, diz diretor da BGS

“Todas as empresas vão trazer um volume de jogos muito maior com relação ao ano passado, incluindo games que vão chegar ao mercado só em 2015”, conta Tavares, diretor do evento. Em 2014, a feira terá estandes das principais empresas do mercado, como Sony, Microsoft, Warner, Electronics Arts, Ubisoft, Activision e Konami.

A principal ausência é a Nintendo, que mais uma vez preferiu não participar. Ao todo, serão mais de 180 expositores, espalhados pelos 98 mil metros quadrados do Expo Center Norte. Para Cleyton Oliveira, diretor da Warner Games, que distribui jogos da EA, Disney e Capcom no País, “não existe mercado forte sem um evento de games forte”.

 Foto: Estadão

Tipo importação Quando se fala em consumo de games, o Brasil é o 11º mercado do mundo – e o primeiro da América Latina. Ao todo, somos 48,8 milhões de jogadores, segundo a consultoria Newzoo. Apesar da popularidade, a criação local engatinha.

Segundo dados de um mapeamento pioneiro da indústria nacional de games, divulgado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) em fevereiro, o Brasil tem 133 desenvolvedoras, que empregam 1.133 pessoas – média de 8,5 pessoas por empresa.

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Três em cada quatro dessas empresas faturam até R$ 240 mil por ano – apenas 4% delas passam a casa dos R$ 2,4 milhões anuais. Em sua maioria, foram fundadas após 2008, com o surgimento das lojas de aplicativos de Apple e Google, que popularizaram os games para celular. De acordo com o levantamento, 80% das desenvolvedoras nacionais criam jogos para tablets e celulares. Já a fatia que cria games para consoles não chega a 5%.

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Consoles Nessa minoria, está presente a mineira Ilusis, que já criou jogos para o Wii U, da Nintendo, e vai à BGS, dentro do estande da Sony, mostrar o game Krinkle Krusher, feito para o portátil PS Vita. “Desenvolver jogos é um negócio caro e de risco, o que torna difícil atrair investidores”, conta Rodrigo Mamão, fundador da empresa.

Outro caso de relativo sucesso é a gaúcha Swordtales, que atualmente trabalha na adaptação de seu game Toren para o PlayStation 4, após entrar em um programa de incentivo ao desenvolvimento local feito pela Sony. “A BGS é o maior evento da América Latina. Quem está lançando seu jogo precisa estar lá pela quantidade de público que o evento atrai”, diz o produtor da Swordtales, Vitor Severo.

Segundo Gerson de Sousa, gerente executivo da Abragames, entidade que reúne os desenvolvedores de jogos do País, é preciso uma conjunção de fatores para que o Brasil se torne um pólo de produção de games. “A produção nacional precisa de investimento, experiência profissional, conhecimentos de negociação e centros de formação”, diz. Ele, no entanto, vê o momento com otimismo. “O mapeamento do BNDES e o diálogo que temos com o governo mostram interesse em criar ações.”

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Pavilhão indie A fim de alavancar o cenário nacional, a BGS criou em 2014 o pavilhão “indie”, dedicado às produtoras brasileiras independentes. “Sabemos que há jogos de qualidade sendo feitos aqui”, conta o diretor da feira. A BGS não revela valores, mas fontes familiarizadas com o assunto declaram que o preço total do menor estande dentro do pavilhão é de cerca de R$ 4 mil, pago por sete empresas.

Entre elas, está a produtora paulista Duaik, do game Aritana e a Pena da Harpia. “O evento é uma oportunidade para expor nosso jogo ao público e às grandes empresas”, conta Pérsis Duaik, fundador do estúdio. “O preço da participação já se pagou antes da feira, só com o marketing que foi gerado sobre a nossa presença no evento.”

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Entretanto, o valor do estande provoca polêmica entre os desenvolvedores. “É um preço totalmente fora do orçamento da galera que produz em São Paulo”, diz André Asai, da produtora Loud Noises. Já Julio Vieitez, CEO da distribuidora de games LevelUp!, alega que com o custo da BGS, a empresa poderia participar de outros três eventos do setor.

/ COLABOROU MURILO RONCOLATO

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