Brasil lidera remoção de conteúdo outra vez

Google atualizou os dados de países que mais fazem pedidos de remoção de conteúdo

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Por Murilo Roncolato
Atualização:
 

O Google atualizou esta semana sua ferramenta que mede a quantidade de informações solicitadas por países à empresa, e o número de pedidos para remoção de conteúdo. Há também a possibilidade de ver em gráficos o tráfego dos serviços do Google, como Orkut, Gmail e Youtube.

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Segundo o blog da empresa, o Transparency Report é uma tentativa “promover transparência desse fluxo de informações”. “Nós acreditamos que esse tipo de transparência pode ser um impedimento à censura”, escreveu David Drummond, diretor jurídico do Google.

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O Brasil é o país com mais pedidos feitos ao Google para remover algum tipo de conteúdo e o segundo em requisições de informações de usuários. Esse relatório (que mede dados de janeiro a junho deste ano) é o segundo. No primeiro (entre julho e dezembro de 2009), publicado em abril deste ano, o Brasil já encabeçava a lista dos que mais pediram por remoção de conteúdo.

Na época, a empresa justificou dizendo que esses “conteúdos” muitas vezes se tratavam de pornografia infantil e, principalmente, relacionados ao Orkut (218 das 291 solicitações). Nesse semestre o número total de pedidos subiu para 398 (aumento de quase 37%).

Já a ferramenta que mede o tráfego de dados dos serviços do Google em vários países do mundo pode mostrar coisas interessantes, que podem ajudar a apontar medidas de censura por Estados.

Por exemplo, no gráfico abaixo que mensura os dados do YouTube no Irã. O site apresentava uma taxa oscilante de crescimento desde o início de 2009. De repente após pico entre 7 e 10 de junho, vê-se uma queda brusca chegando à números próximos a zero. Nessa época aconteciam as eleições no Irã, vencidas por Mahmoud Ahmadinejad, que foram acusadas de fraude. Houve inúmeras manifestações (pró e contra Ahmadinejad) e vídeos que mostravam os conflitos gerados pela polícia ou entre manifestantes começaram a circular no Youtube.

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O mesmo aconteceu com o YouTube na China em fins de março quando um vídeo em que, supostamente, monges tibetanos eram agredidos por autoridades do Partido Comunista chinês, foi publicado no site de vídeos do Google. Na escala de 0 a 100 usada pelo Transparency Report, o fluxo caiu de uma média de 63 (durante a semana em que o vídeo foi exibido) para 0,16 em poucos dias.

 
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