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Campus Party tem disputa de PCs modificados

Case Modding é uma modalidade que coloca a criatividade e eficiência em disputa; veja participantes

Por Murilo Roncolato
Atualização:

SÃO PAULO – Tudo começou com jovens querendo tirar mais do que seus computadores tinham para oferecer. Eram em sua maioria gamers, no início da década de 1990. Alterando configurações (em um processo chamado overclocking), o computador rodava em uma taxa mais alta do que foi fabricado para rodar, o que gerou superaquecimento. O problema foi contornado inserindo acessórios de resfriamento, mas que estragava o visual dos gabinetes (a caixa externa dos computadores desktop). Na tentativa de melhorar o desempenho e garantir boa aparência a seus dispositivos, nasceram os casemoders.

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O nome um tanto estranho se refere aos praticantes de Case Modding, prática que modifica a aparência de gabinetes de computadores, aumentando sua eficiência e garantindo o maior estilo possível. Na Campus Party, acontece o campeonato mais importante da modalidade, que tem uma área só para eles.

Carlos Xandelly, de 45 anos, é o responsável pela disputa. Participante desde a primeira Campus Party e organizador da área desde o ano passado, Xandelly explica que os 36 participantes são divididos entre iniciantes, scratch (quem faz alterações de estilo “na mão”) e avançado.

A brincadeira é séria. Empresas de peças de hardware como Cooler Master, Kingston, Asrock, entre outras, patrocinam equipes inteiras, que desenvolvem seus projetos usando seus equipamentos e os identificam com adesivos das marcas.

Gabriel Andrade, de 25 anos, veio de Americana com seu projeto apelidado de Tesla (veja vídeo). É considerado um dos veteranos da sua equipe, que conta com 10 pessoas. “Costumava fazer os mods já desde 2006, mas aí em 2012 a Cooler Master abriu inscrição para o time e eu concorri e passei”, diz o praticante que afirma desenvolver seus projetos em uma oficina básica, que divide espaço no ateliê da namorada.

Adriano Camargo, gerente de produtos da patrocinadora de Gabriel, afirma que o patrocínio é importante e que o retorno não é financeiro, mas vem pelo reconhecimento. “Além disso, eles costumam testar nossos produtos. Se eles acham algo ruim, nós repassamos a sugestão para a matriz internacional e eles refazem”, diz Camargo, afirmando ainda que o Brasil é considerado um mercado forte para esta indústria.

“Eles são heavy users. A gente sabe que desktop para usuário intermediário vai morrer logo mais. As pessoas preferem laptop ou tablet, por isso atendemos um nicho, mas que aqui é muito forte”, diz.

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