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Opinião|Casa inteligente na quarentena

Se há uma ferramenta que, o orçamento permitindo, toda casa quarentenada deveria ter é um robô aspirador

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No Brasil, falando português, temos à disposição Google Assistente e Alexa, da Amazon Foto: Taba Benedicto/Estadão

É inevitável: estes meses de quarentena nos condenaram a conviver com nossas casas como nunca. Muitas vezes, equilibrando a rotina dos filhos estudando em suas telas com o trabalho remoto, mais a faxina e a comida. Esta pandemia, porém, é distinta de todas as passadas. A capacidade de nos mantermos próximos pelas telas de Zoom e Meet, de Skype e Facetime, faz muita diferença. Mas não é só. Estamos entrando em um novo tempo de automação. A casa do futuro ainda não existe. O que temos hoje, porém, soaria como ficção científica apenas uma década atrás.

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Começa com as assistentes digitais. Não aquelas com as quais já nos habituamos em nossos celulares. O software, a inteligência artificial por trás da voz, é o mesmo. Mas quando entra numa caixa de som inteligente – ou mesmo numa pequena tela – a funcionalidade se amplia. É a possibilidade de estar com a mão engordurada na cozinha e simplesmente falar para a máquina rodar um vídeo no YouTube ou tocar um podcast ou, simplesmente, passar para a próxima música.

No Brasil, falando português, temos à disposição Google Assistente e Alexa, da Amazon. Após um tempo de convívio diário com ambas, fica claro que a turma da Amazon gastou mais tempo trazendo para o país seu sistema. A loja de skills, novos comandos em geral gratuitos, tem muita coisa. Jogos, leitura atualizada de notícias, receitas. Algumas funcionalidades são tão óbvias e práticas que a gente se acostuma a usar rápido e, depois, não sabe como viver sem. “Alexa, inclua manteiga na minha lista de compras.” No dia do supermercado, máscara e tudo, a lista já está pronta no celular. Além do quê, Alexa canta com sua própria voz o hino do Flamengo. Não tem como não gostar. (Dizem que também os de outros clubes, mas cá o colunista não saberia confirmar.)

A Amazon escolheu entrar no mercado brasileiro com mais peso do que o Google. Trouxe, por exemplo, o Echo Show, aquele com tela. Seu equivalente, Google Nest Hub, só fala inglês. O investimento em conteúdo para a plataforma, e o bom humor de Alexa, ajudam a encaixá-la na rotina da família. E este humor precisa ser brasileiro para fazer sentido, o que exige time local e trabalho de criação.

Estas caixas são importantes porque serão o centro da casa inteligente. Com aparelhos de TV mais recentes, já é possível pedir a Alexa que ligue a TV na Globo News, ou que abra Netflix.

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Casa inteligente ainda é um ponto fraco do mercado brasileiro. Lâmpadas, por exemplo, que podem ser ligadas ao comando de voz, ou mesmo que trocam de cor, já existem locais. Tomadas inteligentes, permitem a Alexa ou à Google Assistente que, perante a ordem, liguem a cafeteira que já prepara um café. Também existem locais. Mas há problema de qualidade. Algumas das tomadas brasileiras fazem ruído. Outras são o inferno em vida para configurar. As equivalentes chinesas são um tiro incerto. Há as que funcionam de forma límpida e imediata, e há as que são um lixo. As americanas são em geral excelentes. Mas custam ao preço do dólar a cinco.

Se há uma ferramenta que, o orçamento permitindo, toda casa quarentenada deveria ter é um robô aspirador. É produto de primeira necessidade. O padrão-ouro é da americana iRobot com sua linha Roomba. Mas neste caso, diferentemente de lâmpadas e tomadas, os equivalentes nacionais – caso da Multilaser – têm qualidade. Não são tão inteligentes em suas manobras, mas em compensação o preço é muito menor. E funcionam. Manter uma casa sem poeira, dispensando ainda mais este trabalho, faz diferença.

Ir automatizando a casa aos poucos é parte da vida digital. E facilita a sobrevivência no caos da pandemia.

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