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China de olho nos suícidios da Foxconn

Empresa asiática produz aparelhos eletrônicos de companhias ocidentais, como Apple, Dell e HP

Por Agências
Atualização:

A China vai divulgar os resultados de uma investigação oficial sobre os recentes suicídios ocorridos na grande fábrica de eletrônicos da Foxconn, no sul do país, afirmou um representante do governo.

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Zhang Xiaojian, vice-ministro de Recursos Humanos e Seguridade Social, também afirmou que recentes episódios de greves em fábricas detidas por estrangeiros no pólo de exportação no sul da China não representam uma “onda” de revoltas, publicou o Beijing News, no domingo.

Uma série de 10 suicídios este ano no complexo da Foxconn iniciou uma investigação sobre a taiuanesa Hon Hai Precision Industry, controladora da Foxconn, companhia que produz o iPhone e outros produtos da Apple e que também possui entre seus clientes a Dell e a Hewlett-Packard.

Zhang afirmou que os resultados da investigação do governo sobre os suicídios serão eventualmente “divulgados ao público”.

Ele indicou que o governo não está tratando o caso dos suicídios como um simples resultado de condições estressantes de trabalho nas fábricas da Foxconn perto de Shenzhen, onde a empresa tem cerca de 400 mil funcionários.

Famílias de operários que se mataram e outros críticos têm afirmado que jornadas de longas horas e métodos duros de administração estão por trás dos suicídios.

“Os incidentes na Foxconn não são apenas uma questão de relações trabalhistas, há múltiplas causas”, publicou o jornal citando Zhang.

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“Há problemas de administração, problemas psicológicos dos jovens trabalhadores”, acrescentou. “Isso foi causado por múltiplos fatores.”

Os 10 suicídios e as duas tentativas de suicídio nas instalações da Foxconn foram seguidos por greves em outras fábricas da província de Guangdong, no sul da China, e em outras partes do país.

Zhang minimizou a chance de que a China esteja enfrentando uma “onda” de protestos trabalhistas e afirmou que é “muito normal” que os trabalhadores façam exigências, disse ele ao Beijing News.

A Foxconn está promovendo um grande processo de recrutamento de novos funcionários para suas fábricas em outras partes da China, incluindo Chongqing, no sudoeste do país, e Tianjin, cidade portuária no norte, segundo a mídia de Hong Kong.

Uma porta-voz da Foxconn informou que a mudança em parte da produção e de empregos para fábricas fora de Guangdong estava planejada há tempos, publicou o jornal Ming Pao.

(REUTERS)

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