China quer internet como aliada

Líderes do Partido Comunista agora querem aderir à mídia online para direcionar a opinião pública

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Por Agências
Atualização:

O cauteloso governo chinês é campeão mundial de censura à internet, mas líderes do Partido Comunista agora desejam realizar um feito mais complicado: usar a mídia online para direcionar a opinião pública.

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Os resultados até o momento não se equiparam ao vigor da juventude chinesa, que adotou os microblogs como sua mais recente ferramenta para difundir informações e opiniões que incomodam os dirigentes do partido. No entanto, a determinação dos dirigentes do país quanto a atingir os 450 milhões de internautas chineses é inflexível.

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O presidente Hu Jintao recentemente definiu “o mundo virtual” como seu próximo campo de batalha, e o Legislativo nacional, dominado pelo partido, está em sessão e vem discutindo sobre como atrair ou controlar os usuários chineses de microblogs.

Hu recentemente apelou por novas maneiras de “orientar a opinião pública”, em meio a apelos online para que o povo chinês promova a “revolução jasmim” que vem varrendo o Oriente Médio.

“Tudo isso é parte de uma tendência mais ampla na direção de um governo mais interativo”, disse David Bandurski, pesquisador do China Media Project, na University of Hong Kong. “Em que medida o esforço é genuíno, e se o impacto que terá sobre os cidadãos será positivo, são pontos em debate”, disse.

Por enquanto, os esforços dos dirigentes chineses para se conectarem online parecem ser mais condescendentes e antiquados que combativos.

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“Recentemente, uma mulher de uma minoria étnica me escreveu dizendo que ‘no ano passado, nós, moradores locais, gradualmente começamos a sentir o calor da unidade e do amor’”, escreveu o líder do partido em Xinjiang, Zhang Chunxian. A mensagem foi a primeira dele no microblog QQ, um site chinês de redes sociais, na quarta-feira passada.

Zhang, o mais alto funcionário governamental a aderir aos microblogs até o momento, de acordo com a agência de notícias Xinhua, foi apontado em abril para a direção do partido em Xinjiang, a província mais ocidental da China, depois que nove meses de sangrentos distúrbios étnicos na região levaram as autoridades a suspender os serviços telefônicos e de internet.

Zhang, que obteve mais de 148 mil seguidores para seu microblog, disse ao jornal estatal China Daily que “ele pode ser usado para promover os esforços do governo para o desenvolvimento de Xinjiang”.

/ Sui-Lee Wee (REUTERS)

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