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Com investimento do Uber, Lime traz patinetes elétricos para o Brasil

Equipamentos já estão disponíveis em São Paulo e chegam ao Rio na quinta, 4; empresa oferece remuneração para que qualquer pessoa recolha patinetes

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Por Bruno Romani
Atualização:
Lime inicia operações no Brasil com foco em segurança Foto: Werther Santana/Estadão

Um dos principais nomes globais no segmento de patinetes elétricos, a americana Lime iniciou operações no Brasil nesta terça, 2 - o pontapé inicial foi na cidade de São Paulo, onde os equipamentos estão disponíveis nas regiões de Pinheiros, Vila Olímpia, Itaim, Brooklin e Vila Nova Conceição. Na quinta, 4, as operações terão início no Rio de Janeiro, com equipamentos em praias da zona sul, no trecho Leme-Gávea, incluindo todo o Leblon, Copacabana e Ipanema. 

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O serviço terá preço similar aos praticados pela concorrência, como a Yellow e a Grin, ambas da empresa Grow: R$ 3 para destravar o equipamento e mais R$ 0,50 por minuto de utilização. 

A apresentação, que contou com a presença do presidente global da empresa, Joe Kraus, foi centrada em segurança e no respeito à legislação local - a equipe da empresa vestia uma camiseta que dizia "Respeito, capacete e ciclovia". 

A chegada da empresa ocorre no meio ao debate sobre a regulamentação de patinetes, que no final de maio resultou na apreensão de patinetes da Yellow e da Grin. A empresa diz que conversa com a prefeitura de São Paulo desde outubro de 2018 - com a prefeitura do Rio de Janeiro, as conversas ocorrem desde novembro de 2018. Entender a situação regulatória no País é o que fez atrasar o início do serviço no País, confirmou Kraus ao Estado

"Tentamos trabalhar junto com os governos e respeitar as leis locais. Quando eramos uma companhia mais jovem, agíamos de forma diferente e esse não é o jeito de fazer as coisas", disse Kraus com exclusividade ao Estado. Ele diz que o modelo de regulação de patinetes elétricos é muito novo e que as cidades ainda não sabem o que fazer. Na tarde desta terça, o executivo tinha um encontro com o secretário de Governo da prefeitura Mauro Ricardo, o secretário de Mobilidade e Transportes Edson Caram, o secretário de de Justiça Rubens Rizek e o secretário de Subprefeituras Alexandre Modonezi. 

No passado, a Lime foi proibida de operar em diferentes cidades do mundo, incluindo São Francisco, (EUA), um dos berços da onda dos patinetes elétricos.A empresa não revela, por considerar a informação estratégica, o número de patinetes que serão trazidos ao País e nem qual é a sua expectativa de lucro em relação ao mercado brasileiro. 

Joe Kraus, presidente da Lime: "precisamos respeitar a legislação local" Foto: Werther Santana/Estadão

Dinheiro para quem recolhe patinetes

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A companhia vai trazer para o Brasil o modelo de remuneração para pessoas comuns que recolhem, carregam e distribuem os patinetes no dia seguinte. Chamados de juicers, eles são uma espécie de motoristas de Uber: trabalham quando querem e são pagos proporcionalmente.

A empresa diz que recrutará os primeiros profissionais por meio de anúncios, e, posteriormente, espera que os próprios usuários da Lime acabem se tornando juicers. A remuneração será feita de acordo com o volume, distância e dificuldade para o recolhimento dos equipamentos. Em alguns países, mais de 90% dos patinetes da Lime são recolhidos por profissionais independentes. 

"Se fizermos isso de maneira correta, muitos lados ganham: usuários, cidades e a economia local", disse o executivo.

Conversas com o Uber 

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Um dos principais investidores da Lime é o Uber, que no ano passado fez um aporte de US$ 335 milhões - a Lime está avaliada em US$ 2,4 bilhões. Uma pista do que pode ocorrer no futuro é que nesta segunda, 1, o app do Uber passou a oferecer patinetes da Lime em duas cidades nos EUA, Atlanta e San Diego. Em outros locais também existem parcerias entre as duas empresa. 

Embora ressalte que o mais importante seja botar a operação brasileira para funcionar, Kraus confirma que há conversas para uma possível parceria no País. "Entendo que o Brasil é parte crítica para o negócio do Uber. Há conversas sobre uma possível integração, mas primeiro queremos ativar a operação brasileira. Depois disso, acredito que haverá oportunidades". 

Enquanto isso, a companhia já iniciou uma parceria com o Google, que mostra os patinetes da companhia dentro da função de rotas do Google Maps. Os equipamentos também serão oferecidos nos prédios da startup de espaços compartilhados WeWork.

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Em relação aos competidores locais, Kraus diz que eles não afetam as operações da Lime. "Os rivais locais nos confirmaram aquilo que acreditamos: cidades gigantes como São Paulo e Rio têm demanda por microbilidade e uma população interessada por tecnologia", diz.  "Os competidores agem diferentemente da gente, que acreditamos no respeito à legislação local". 

Campanha de segurança

O foco em segurança nesse primeiro momento da companhia tem razão: segundo a Lime, 33% dos acidentes ocorrem na primeira viagem. Para isso, a Lime inicia as operações com campanhas de segurança divididas de três maneiras: tutoriais e quizzes em redes sociais, parcerias com ONGs e o setor privado e treinamentos oferecidos em espaços públicos. Neste sábado, 6, ocorrerá o primeiro treinamento, que acontecerá gratuitamente no Largo da Batata, em Pinheiros. As inscrições podem ser feitas pelo Sympla

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