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Com o iPad; o que acontece com os tablets?

O anúncio da Apple pode afetar profundamente as vendas dos principais gadgets anunciados na CES deste ano

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Por Redação
Atualização:

Com o anúncio do iPad, o jogo muda radicalmente. Todos os fabricantes de e-readers, que tentavam correr atrás do Kindle, podem ter apostado no cavalo errado.

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O próprio conceito de tablet pode estar sob risco. Especialmente com os preços do iPad, que custará a partir de US$ 499 nos EUA, muitos fabricantes terão que agregar muito valor para conseguir vender seus produtos.

O tablet que vira notebook da Lenovo, por exemplo, terá um problema monumental pela frente. Ele custa muito mais caro que o iPad, US$ 999, mas em compensação também é um notebook bastante capaz. O segredo será o software que virá integrado ao tablet. Se for fácil de usar, ele terá uma chance de lutar. E não podemos esquecer, para usar o Hybrid em 3G ninguém precisa de um SIM card especial. O mesmo chip GSM usado hoje em dia em modems e smartphones pode ser instalado nele. No iPad, que usa um padrão diferente de SIM card, o micro, a coisa é bem diferente. Só será possível utilizar o serviço 3G das operadoras que adotarem o padrão, e por enquanto, a oferta global de cartões micro SIM é irrisória.

Ainda assim, a disponibilidade imediata de toda a biblioteca de software do iPod Touch e do iPhone para o iPad coloca o aparelho da Apple em situação de vantagem. Mesmo que custasse mais caro, seria difícil recusar um aparelho com tantas opções de aplicativos. E por preços bastante convidativos.

O Slate, da Microsoft e HP, também terá um duro caminho pela frente. O produto é bacana, mas o que foi mostrado até agora só deu indícios que ele roda Windows 7. As ferramentas de leitura de e-books e vídeo nada mais ão que aplicativos do Win 7 rodando em tela cheia. E por mais otimizado que o sistema seja, o Win 7 não foi feito com um tablet em mente. A possibilidade de rodar todos os aplicativos que rodariam em um netbook nele é atraente, mas será uma briga boa com o iPad.

O que muita gente não se deu conta é do potencial educacional do iPad. Em vez de usar um Classmate ou algum outro computador educacional, os alunos poderiam utilizar tranquilamente o iPad para estudar. Ele não só dá conta da maioria das tarefas como ainda abriria um universo de aplicativos educacionais. Como a linguagem de programação do iPhone é mais do que difundida, qualquer pesquisador ou instituição de ensino poderia criar ferramentas educacionais e vendê-las pela App Store. E funcionaria como livros hoje em dia. Cada escola optaria pelos programas mais alinhados com seu programa pedagógico e recomendaria aos alunos, exatamente como os livros recomendados pelo conteúdo programático.

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O iPad pode sim mudar o jogo do mercado de eletrônicos de consumo e aplicativos. Foi inteligente a jogada de Jobs ao esperar o burburinho da CES 2010 passar para revelar o produto. Ele não só roubou o show de todos os fabricantes do planeta como ainda conseguiu apagar da mídia qualquer referência a tablets que não são o iPad. Resta saber se os consumidores abraçarão a ideia de um iPod Touch enorme e com 10 horas de autonomia.

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