Link Estadão

 
  •  inovação
  •  cultura digital
  •  gadgets
  •  empresas
  •  games
formulário de busca
Imagem Pedro Doria

Pedro Doria

Começa a década do antitruste

Os próximos meses vão ser agitados na relação das gigantes de tecnologia com o governo americano

03/12/2020 | 17h04

  •      

 Por Pedro Doria - O Estado de S. Paulo

Apple, Amazon, Facebook e Google, quatro das cinco maiores empresas americanas, estão sob a mira do antitruste

Reuters

Apple, Amazon, Facebook e Google, quatro das cinco maiores empresas americanas, estão sob a mira do antitruste

Leia mais

  • EUA planejam processar Facebook na próxima semana, dizem fontes
  • Facebook e Google devem enfrentar mais quatro processos antitruste nos EUA
  • Na Casa Branca, Biden deve manter ofensiva no setor de tecnologia

Um assunto dominará esta coluna no ano que chega — antitruste e a relação entre Estados e as grandes companhias de tecnologia. É inevitável. As cinco maiores empresas americanas de tecnologia se tornaram os conglomerados mais poderosos do mundo. Delas, quatro são acusadas de práticas anticompetitivas. E, passado já um ciclo eleitoral desde Brexit e Trump, há mais clareza sobre a pancada que as democracias tomaram por conta de como é fácil manipular estas plataformas. Ao que tudo indica, o próximo capítulo do antitruste já vem na próxima semana, nos EUA. Agora é contra o Facebook.

O portento econômico das Big Techs não é difícil de enxergar, embora a transformação seja bastante recente. Durante todo o século 20, as cinco maiores empresas em valor de mercado cujos papéis eram negociados em Wall Street vinham de dois setores. Ou petroleiras, ou bancos. De vez em quando a GE entrava no meio. Petróleo e bancos foram os negócios dominantes até princípios da década que se encerra agora. Aí, uma por uma, as novas gigantes ascenderam. Google, Facebook, Amazon, Apple, Microsoft. Só a empresa fundada por Bill Gates, que enfrentou o antitruste ela própria há vinte anos, está livre de brigas.

No início de novembro, o Departamento de Justiça americano abriu um processo contra o abuso do monopólio da busca em texto do Google. De acordo com a Reuters, possivelmente já na próxima semana pelo menos 20 mas possivelmente mais de 40 dos 50 estados americanos vão entrar com outro processo, desta vez contra o Facebook. Os procuradores-gerais estaduais, de acordo com apuração de repórteres da MSNBC, vão questionar as compras de Instagram e WhatsApp.

A tática não é exclusiva do Facebook, pelo contrário. É generalizada no Vale do Silício. Mas o Facebook a levou ao limite. Sempre que uma startup no mesmo campo de atuação começa a crescer, a regra geral é comprar. No caso do Face, com apps capazes de acompanhar a atividade das pessoas em seus próprios celulares, perceber que as pessoas estavam usando mais e mais Zap e Insta foi fácil. Esta vantagem lhes permitiu perceber que os concorrentes cresciam antes dos outros e, portanto, adquirir cedo e manter domínio do mercado.

O caso do Snapchat é que dá um gosto amargo ao método. Seus acionistas escolheram não vender a empresa. Então, usando seu imenso poder de acesso a um vasto público, o Face copiou o recurso de maior sucesso do Snap. É aquilo que chamamos Stories, justamente o pedaço hoje mais popular do Instagram. A história mandou um recado para todos. Quem resistisse a ser adquirido pelo Facebook seria copiado e, portanto, tornado obsoleto justamente pela inovação que trouxe ao público.

É exatamente o que se chama de abuso de uma posição de monopólio para práticas anticompetitivas.

Ainda não se sabe como o governo Biden atuará contra o Vale. Kamala Harris, a simpática vice-presidente, foi uma procuradora dura na Califórnia, mas é justamente de San Francisco — a área do Vale do Silício. Ela é próxima daquele mundo. O que facilita o diálogo, embora não queira dizer que os processos não virão.

E o Departamento de Justiça não é o único órgão capaz de promover processos antitruste. Este processo que virá, de acordo com a Reuters, é dos governos estaduais. Segundo o Wall Street Journal, a FTC, agência reguladora do ambiente econômico no país, estuda abrir ela própria um processo contra o Facebook e, depois, Apple e Amazon. Por considerarem o caso federal contra o Google muito tímido, limitado no escopo, os governos estaduais podem abrir também eles próprios seus casos.

Os próximos meses vão ser agitados.

    Tags:

  • Vale do Silício [Estados Unidos]
  • Facebook
  • Amazon
  • Estados Unidos [América do Norte]
  • Google
  • Apple

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Assine o Estadão Já sou Assinante

Tendências

  • Preocupado com a política do WhatsApp? Preste atenção no Instagram!
  • No ano da pandemia, Netflix teve o maior aumento de assinantes da história
  • WhatsApp, Telegram ou Signal: qual app de conversa é mais seguro?

Mais lidas

  • 1.Bill Gates recebe primeira dose de vacina contra a covid-19
  • 2.Aprenda quatro maneiras de aproveitar a câmera do seu smartphone
  • 3.Apple testa tela dobrável para iPhone, diz agência
  • 4.Preocupado com a relação entre WhatsApp e Facebook? Melhor prestar atenção no Instagram
  • 5.Movimentos futuristas da Hyundai apontam o caminho das montadoras
  • Meu Estadão
  • Fale conosco
  • assine o estadão
  • anuncie no estadão
  • classificados
  •  
  •  
  •  
  •  
  • grupo estado |
  • copyright © 2007-2021|
  • todos os direitos reservados. Termos de uso

compartilhe

  • Facebook
  • Twitter
  • Linkedin
  • WhatsApp
  • E-mail

Link permanente