Começa a funcionar a internet interplanetária

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

O nome é de ficção científica, mas agora a tecnologia existe na vida real. Começou a funcionar na Estação Espacial Internacional o primeiro ponto da internet interplanetária, que promete facilitar a comunicação entre espaçonaves e a Terra. “Os astronautas poderão navegar em tempo real pela internet ou mandar uma mensagem para suas famílias ou para as pessoas que os seguem no Twitter”, explica Kevin Gifford, pesquisador responsável pelo sistema.

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Hoje a comunicação é mais parecida com um sistema de rádio walkie-talkie do que com a internet – o contato precisa ser agendado manualmente. “Conforme aumentar o número de espaçonaves e conexões, e com a necessidade cada vez maior de comunicação entre os veículos, essas operações manuais se tornarão mais complicadas e caras”, disse Gifford.

Para os íntimos, a internet interplanetária é chamada de DTN (“Disruption-Tolerant Networking”, ou rede tolerante a interrupções). É uma grande rede com nós, que permitem que os dados sejam guardados de maneira segura mesmo se os computadores não tiverem conexão. Se uma sonda, por exemplo, não consegue enviar seus dados para a Terra, a informação fica armazenada em nós na rede, até que seja estabelecida uma nova comunicação.

A nova internet é baseada no terráqueo TCP-IP, mas resiste à desconexões, atrasos e interrupções. O sistema começou a desenvolvido há mais de uma década por pesquisadores da NASA em parceria com Vint Cerf, vice-presidente do Google.

O sistema começou a ser testado em outubro do ano passado, mas essa foi a primeira vez em que um desses nós da rede foi experimentado. O roteador que permitiu a conexão chegou à Estação Espacial Internacional em maio, a bordo da missão Atlantis.

Como a ISS tem vários laboratórios, ligados a diferentes países, a idéia da NASA é equipar cada um deles com seu próprio roteador – assim, as informações serão enviadas rapidamente ao setor responsável. A grande meta é deixar a rede tinindo e trincando para ser usada nas missões para Lua e Marte, em 2015 e 2016.

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