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Como é a rotina dentro do Facebook

Único brasileiro engenheiro de software conta detalhes e fala sobre bons usos dos apps

Foto do author Anna Carolina Papp
Por Anna Carolina Papp
Atualização:
 

Único brasileiro engenheiro de software conta detalhes e fala sobre bons usos dos apps

SÃO PAULO –”O Facebook é uma empresa que se move muito rápido; uma empresa que, no meu segundo dia lá, já rodava código meu lá dentro”, afirmou Artur Souza, de 28 anos.Nascido em Ribeirão Preto, Souza é o único engenheiro de software da rede social na América Latina. Em palestra na Campus Party e em entrevista ao Link nesta terça-feira, 29, falou sobre sua trajetória e sobre como desenvolvedores podem fazer bom uso da plataforma para suas aplicações.

Artur Souza é engenheiro do Facebook há seis meses. FOTO: Anna Carolina Papp/ESTADÃO Foto:

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Souza está no Facebook desde junho do ano passado. Trabalha na sede paulistana da empresa e é responsável pelas atividades na região da América Latina.

“Sempre gostei de fuçar bastante”, disse ele, que foi atraído pela área de tecnologia desde pequeno. Quando criança, pediu que sua mãe lhe desse um computador. Ela porém, colocou uma condição: que ele digitasse com todos os dedos, descrente de queo menino conseguisse. Em uma semana, Souza aprendeu, ganhando a aposta e a máquina.

Por volta de seus 12 anos, fez um curso de programação, passando a utilizá-la para projetos pessoais e iniciativas open source. Formou-se em engenharia da computação pela Unicamp e começou a estagiar na área. Mudou-se para Recife e, há seis meses, foi chamado por uma recrutadora do Facebook.

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Ele explica que, no Brasil, a equipe é mais focada em vendas e marketing, então cabe a ele fazer a intermediação entre parceiros e o time de produto lá fora, o que o leva a viajar bastante. “Estou alocado para fazer essa ponte. Mas também trabalho muito como desenvolvedor, dou feedback… faço de tudo um pouquinho”, disse.

‘Fui eu que arrumei’. O engenheiro conta que toda pessoa contratada pelo Facebook, independentemente do país de origem, passa seis semanas na sede da rede social em Menlo Park, na Califórnia, a fim de ser treinado e compreendermelhor a cultura da empresa na convivência com outros membros da equipe.

No segundo dia, você já recebe um “task”, ou seja, uma tarefa de verdade. Sua missão era consertar uma falha na coluna de atualizações que aparece à direita da plataforma, logo acima do chat. Após o código ser incorporado, Souza ligou empolgado para sua mulher, pediu que ela se logasse no site e disse: “Amor, está vendo esse cantinho aí? Fui eu que arrumei!”, contou.

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Jogando limpo.Em sua palestra na Campus Party, Souza se dirigiu aos programadores que planejam integrar seu serviço ou aplicação à plataforma, seja através de histórias patrocinadas ou com uso de “social logins” (quando o usuário pode se conectar ou acessar ferramentas de um site por meio de sua conta no Facebook) ou Open Graph (quando suas ações em um aplicativo são postadas na rede social).

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Souza alertou que os usuários estão cansados de campanhas banais de páginas para a obtenção de likes. “O usuário já manjou esse tipo de estratégia barata, como: ‘compartilhe se você gostar da loira e curta se você gostar da morena’, ou ‘faça uma marcação nessa foto se você tem um amigo assim ou assado’”, exemplificou.

Segundo ele, ações assim podem até gerar um pico momentâneo, mas são incapazes de construir uma base sólida. “O que você quer são seus reais fãs, e não uma base suja. O poder no ato de um usuário falar para um amigo dele, porque aí não é mais a voz da marca, a voz do aplicativo”, disse o engenheiro.

A partir daí, Souza rapidamente mostrou alguns cases de empresas que considera que tenham feito bom uso da plataforma para atender suas necessidades, utilizando ferramentas e a integração do site, mas sem barganhar com o usuário. Entre os exemplos citados, encontram-se Trip Advisor, Foursquare, Nike, Netflix, Ticketmaster e 9Gag.

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Pedágio. O engenheiro também encorajou o social login com o Facebook. “Usar formulário é tão 1997″, afirmou. “O que é melhor? Gastar um bom tempo preenchendo lacunas ou apertar um botão?”. Mas fez adendos quanto à página de permissão de acesso de informações, que, segundo ele, é o pedágio – o usuário quer acessar seu site, mas tem que saber quanto “custa”, ou seja, a quais dados a empresa terá acesso e o que poderá ser publicado referente à aplicação.

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Não é raro encontrar casos em que 95% as pessoas apertam o botão “cancelar” após essa página, afirmou. Segundo ele, isso acontece porque empresas pedem acesso a uma série de informações de que não necessitam e não são claras quantoao que poderá ou não ser feito. “Não peça para publicar em nome do usuário se você não vai precisar disso”, disse Souza. Ele afirma inclusive que é contra a política da empresa publicações em nome do usuário como se ele mesmo tivesse escrito, como “Oi, amigos! Acabei de testar o aplicativo tal, use você também”.

Assim, falou mais sobre as possibilidades do Open Graph e de histórias na rede social conforme a necessidade de seu público, para criar conteúdo relevante que vá aparecer no seu feed. “Isso chama maturidade de mercado. Vemos muitas empresas e aplicações nos Estados Unidos sendo bem-sucedidas. Acho que a América Latina está chegando lá – está ficando claro que provocar falso engajamento não traz retorno concreto.

Quanto a estratégias de marketing na plataforma, Souza aconselhou o teste. “Muito mais do que ficar elocubrando, teste! Otimizem, não tenham medo de errar. Se você puder responder de forma rápida, se permita testar”, disse.”O Facebook é uma empresa muito dinâmica, anda muito rápido. A gente erra e logo conserta. Andem rápido com a gente”, convocou.

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