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Guia: como escolher o seu próximo notebook?

Perfil de uso, capacidade de processamento e outros itens devem ser considerados; entenda o que é importante considerar

Por Carolina Ingizza
Atualização:
Um notebook deve corresponder às demandas específicas de cada tipo de usuário. Foto: REUTERS/John Adkisson/Files

Escolher um notebook novo não é uma tarefa simples. Há muitas marcas e modelos no mercado, o que dificulta o processo de compra para pessoas menos familiarizadas com as especificações técnicas. Para não investir muito em um produto que não vai responder bem às suas necessidades, é preciso buscar sempre pelo melhor custo-benefício. Para isso, o Estado conversou com especialistas e elaborou um guia sobre como escolher o seu próximo notebook:

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1. Eu preciso mesmo de um notebook novo?

O primeiro passo é se questionar se é realmente necessário trocar o seu computador ou se é possível fazer alguma melhoria. Muitas vezes, os notebooks têm um bom processador, mas só precisam de pequenos ajustes na capacidade de memória RAM e no disco rígido para atingir um alto desempenho.

Para isso, verifique primeiro qual é o processador usado no seu computador. Em computadores com sistema operacional Windows, basta clicar com o botão direito em “Meu computador” e depois em “Propriedades”. A janela exibirá as informações sobre a sua máquina. Depois, acesse o site da fabricante de processadores para comparar as especificações do seu chip com as gerações mais novas.

Se a máquina estiver muito defasada, aí sim é hora de trocar o seu notebook. Caso contrário, a saída é levar o seu notebook na assistência técnica para verificar quais as melhorias possíveis e se o custo compensa.

2. Defina o perfil de uso do computador

Antes de sair por aí pesquisando qual será o seu novo notebook, pare um momento e pense em quais atividades você pretende realizar com ele. “Um usuário doméstico tem uma demanda muito diferente de um gamer ou de alguém que trabalha com programas de edição que exigem muito poder computacional”, diz André Hirakawa, professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

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O tipo de uso vai determinar que tipo de processador é preciso escolher para garantir que o desempenho do notebook atenda às suas necessidades. “O processador é quem realmente executa tudo”, explica Hirakawa. Os processadores da Intel, que estão em quase 70% dos computadores vendidos em todo o mundo, podem ser classificados de acordo com o desempenho esperado: os modelos Core i3, por exemplo, servem bem o usuário doméstico; o Core i5 é mais indicado para quem executa tarefas mais avançadas, como programação de aplicativos; e o Core i7 para os mais exigentes, como gamers e editores de vídeo.

Hoje, todos os processadores da linha Core i têm mais de um núcleo, e, na prática, quanto mais núcleos, maior a velocidade para executar uma tarefa. A tecnologia também ajuda a tornar o computador mais eficiente, reduzindo o consumo de energia. 

3. Fique de olho na memória RAM

Depois de definir que tipo de processador atende o seu perfil de uso, é preciso olhar para outras especificações da máquina, não menos importantes. Certifique-se que o computador possui uma quantidade suficiente de memória RAM — pelo menos 8 GB, na opinião de Fernanda Monteiro, cofundadora da assistência técnica InfoPreta  — já que se ela faltar, vai ser difícil usar vários programas ao mesmo tempo ou manter várias abas do navegador abertas.

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Hoje, a maioria das marcas já oferecem 4 GB de memória RAM para o mercado de notebook baixo custo. “Existem computadores com essa quantidade de memória que saem por cerca de R$ 1,8 mil, mas não atendem bem”, diz Fernanda. 

A conta é simples. O Windows 10, versão mais recente do sistema operacional da Microsoft, só roda em computadores com, no mínimo, de 4 GB de memória. No entanto, o sistema operacional ocupa 2 GB de RAM, um antivírus padrão usa 500 MB e ainda é preciso considerar que o Chrome, navegador mais utilizado, consome em média 700 MB. Qualquer programa a mais em operação pode travar a máquina.

Para quem busca um computador de baixo custa, pode ser interessante aumentar a quantidade de memória RAM depois. “É possível encontrar memória avulsa no Mercado Livre por cerca de R$ 500”, diz Fernanda.

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4. Vale a pena considerar recursos extras?

Para quem vai usar o notebook para jogar ou editar vídeos, é bom pensar em uma máquina com uma placa de vídeo dedicada. “Ela normalmente tem memória de vídeo separada da RAM, assim o notebook vai ter sempre espaço para a imagem”, explica Hirakawa. 

Para quem vai editar vídeos, a dica é procurar notebooks com tela de resolução Full HD ou Ultra HD (4K).

Quem usa o notebook fora de casa durante muito tempo também deve levar em conta o peso da máquina e sua capacidade de bateria. A categoria de ultrabooks, em geral mais cara, costuma oferecer também tecnologias de carregamento rápido da bateria, que ganha algumas horas de uso depois de pouco tempo na tomada.

Apesar dos benefícios, a capacidade de processamento pode ser sacrificada em prol dos outros benefícios. “São poucas as opções baratas e de alto desempenho no mercado brasileiro”, diz Fernanda.

5. E a tela sensível ao toque?

Uma boa alternativa para quem usa o notebook fora do trabalho são as opções dois-em-um, com tela sensível ao toque que opera quase como um tablet. “Quando estou mexendo na internet ou vendo e-mails, uso no modo tablet, quando preciso editar alguma coisa, eu uso no modo notebook”, diz Hirakawa.

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Se essa for sua opção, vá até uma loja experimentar a tela sensível ao toque e veja se ela responde rapidamente aos comandos. Se possível, certifique-se que a tela e a camada sensível ao toque (HID) são independentes — se ela quebrar, vai ser mais barato trocar só a tela. “Se você quebrar o HID, vai ter que trocar a tela inteira, e isso custa R$ 900, enquanto o HID separado sai por R$ 250.”

Outro detalhe fundamental é a dobradiça que une a tela ao notebook, já que a maior parte desses produtos permite virá-la em mais de 180 graus. A dica, segundo Fernanda, é procurar por dobradiças sem grandes efeitos de design e verificar se elas não são de puro plástico, o que as tornam mais frágeis.

*É estagiária, sob supervisão da editora Claudia Tozetto.

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