PUBLICIDADE

Como proteger a privacidade na internet

Diretora de ativismo da Electronic Frontier Foundation alerta cidadãos sobre abusos de empresas e governos

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Diretora de ativismo da Electronic Frontier Foundation alerta cidadãos sobre abusos de empresas e governos

PUBLICIDADE

SÃO PAULO – Com um tom de convocação, a diretora de ativismo da Eletronic Frontier Foundation, Rainey Ritman, fez um pedido. Ela queria que os presentes no evento ajudassem a entidade a reconstruir o TOSBack, ferramenta open source que facilita o acesso e o entendimento dos termos de uso de serviços na internet.

—- • Siga o ‘Link’ no Twitter, no Facebook, no Google+ no Tumblr e também no Instagram

Para isso, começou um hackathon (maratona hacker) logo após a palestra que ela fez, no início da tarde desta quarta-feira.

Para Rainey, ferramentas livres têm um papel fundamental para ajudar os cidadãos a se protegerem da vigilância de governos. É que cada vez mais Estados têm adotado uma postura ativa em filtrar o conteúdo e monitorar o que é que seus cidadãos estão fazendo online.

 Foto: Estadão

Rainey citou países que efetivamente praticam a censura da internet, como Egito e Síria. Mas, na prática, cidadãos de todo o mundo devem se preocupar com tentativas de controle dos governos.

Nos EUA, por exemplo, havia um esquema de monitoramento entre a empresa de telecomunicações AT&T e o governo americano. Segundo a ativista, há diversas empresas, como Trovicor, Blue Coat e Narus, que vendem tecnologias que permitem, por exemplo, a interceptação de e-mails. Na França, a Lei Hadopi monitora os cidadãos para tentar impedir pirataria.

Publicidade

“A verdade é que a internet deve ser um ambiente livre e sem censura”, disse Rainey. Em seu trabalho na EFF, contou, a rotina é procurar por soluções inovadoras que ajudem a evitar os dois problemas que ela citou: a censura e o vigilantismo dos governos sobre a navegação dos usuários.

E o software livre, por ser desenvolvido de forma aberta, colaborativa e geralmente fora das grandes corporações, é um ótimo aliado dos cidadãos que querem se proteger dessa vigilância. “É um papel incrível”, disse Rainey. Ela citou quatro exemplos:

Tor – é um projeto que permite que cidadãos se comuniquem de maneira totalmente anônima na internet. (Leia mais aqui).

Pidgin- é um software para mensagens instantêneas (pode ser usado com os contatos do Google Talk, por exemplo) que permite a instalação de um plugin para criptografar uma conversa.

PUBLICIDADE

Https Everywhere – é um plugin para Firefox e Chrome desenvolvido pela própria EFF e pelo Tor Project que torna toda a navegação segura (mesmo os sites comuns, HTTP, se tornam criptografados).

TOSBack – é a menina dos olhos e o motivo pelo qual a ativista convocou os presentes. As empresas têm termos de uso difíceis e extensos – e, dentro deles, muitas vezes há cláusulas abusivas, como as que permitem que o conteúdo de mensagens privadas seja acessado ou dados sejam cedidos aos governos. O TOSBack (TOS vem de Termos de Serviço, na sigla em inglês) é um programa que rastreia os termos, procurando por possíveis modificação ou abusos das empresas.

Ele já existe, mas está desatualizado e parado – e uma nova versão já começou a ser feita no hackathon da Campus Party.

Publicidade

-

Veja como foi esta quarta-feira,30, na Campus Party:

Acompanhe a cobertura do Link pelo Twitter e Instagram com a hashtag #CampusPartyEstadao.

Está na Campus Party? Mande uma foto para o Link no Twitter ou no Instagram com a hashtag #CampusPartyEstadao. Sua foto poderá ser publicada na próxima edição.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.