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Computadores estão 15% mais caros no Brasil

Com vendas fracas e custo maior, fabricantes já sobem os preços de desktops e notebooks para evitar prejuízo

Por Redação Link
Atualização:

Com vendas fracas e custo maior, fabricantes já sobem os preços de desktops e notebooks para evitar prejuízo

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Rodrigo Petry

SÃO PAULO – A competição com novos dispositivos, o aumento dos preços e o desaquecimento do consumo reduziram em 15% as vendas de computadores no primeiro trimestre no Brasil, segundo levantamento da consultoria IT Data informado com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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Apesar da queda, fontes do setor afirmam que as fabricantes multinacionais têm repassado a alta dos custos aos preços no varejo. Com isso, estima-se que os computadores ficaram entre 10% e 15% mais caros desde o fim de 2012.

O movimento segue a tendência mundial de queda das vendas. Com tablets e smartphones desempenhando funções semelhantes e a preços cada vez menores, o consumidor tem deixado de lado os computadores – tanto desktops (de mesa) quanto notebooks – como produto de entrada ou complementar no mundo tecnológico.

“Poucas são as categorias em que o consumidor mergulha de cabeça”, afirma Eugenio Foganholo, diretor da Mixxer, consultoria especializada em bens de consumo.

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A mudança do perfil não chega a ser novidade, o que se alterou foi a postura das multinacionais fabricantes de PCs. Depois de espremerem as margens de lucro para reduzir os preços, as empresas passaram a elevar os valores, repassando o aumento do custo e do dólar. Segundo fontes do setor, praticamente todas as multinacionais tiveram prejuízo nas operações brasileiras em 2012.

Preço. “Os fabricantes subiram os preços e a tendência é de manutenção desse quadro”, disse o diretor de Estudos de Mercado da consultoria IT Data, Ivair Rodrigues. Segundo ele, além da valorização de 12% do dólar no primeiro trimestre sobre igual período do ano passado, os preços das memórias subiram quase 100% desde o fim de 2012 e os dos discos rígidos (HD), até 30%. Diante da queda no mercado de computadores, os fabricantes de componentes reduziram sua produção, elevando os preços.

A projeção da IT Data é de que as vendas de computadores no Brasil continuem em queda neste ano, com uma retração de 9%. No ano passado, a redução foi de 7% sobre 2011, para 13,7 milhões de unidades. A diferença, segundo Rodrigues, é que o faturamento deverá ser o mesmo que em 2012, de R$ 20 bilhões. “É possível que a rentabilidade das empresas até volte a subir, com o repasse dos preços. Ninguém quer passar mais um ano no prejuízo”, disse.

“A conjuntura está boa”, afirmou o presidente da Positivo Informática, Hélio Rotenberg. Segundo ele, as multinacionais resolveram “não só ganhar volume, mas dinheiro”. “Pelos números informais, muita gente não teve ganho na última linha em 2012”, afirmou.

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O analista da IDC, Pedro Hagge, ressalta que houve uma recuperação do setor no mês de março depois de um começo de ano “terrível” em vendas. Mesmo assim, as vendas em março recuaram 16% sobre o mesmo mês do ano passado, atingindo 1,4 milhão de máquinas. Na categoria de desktops, a queda foi de 25%, enquanto os notebooks registraram uma queda de 8%.

Segundo Hagge, além da reformulação das estratégias das multinacionais, o preço final aumentou por causa da migração do sistema operacional Windows 7 para o Windows 8, que tem licenças mais caras. “O Windows 7 contava ainda com versões de entrada mais em conta”, avalia. Outro aspecto é a renovação dos notebooks, cada vez mais leves e finos, o que encarece o produto.

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