PUBLICIDADE

Conexão em tudo e para todos

Maior feira de celulares do mundo mostra que o futuro móvel vai além dos aparelhos – e das grandes empresas

Por Murilo Roncolato
Atualização:

Sem Apple e Google, maior feira de celulares do mundo mostra que o futuro móvel vai além dos aparelhos – e das grandes empresas

 

PUBLICIDADE

 FOTO: Albert Gea/REUTERS

BARCELONA – Neste ano, a maior feira de telefonia celular do mundo, o Mobile World Congress (MWC), não teve a presença da BlackBerry, do Google ou da Microsoft. Mas o espaço foi preenchido – e por empresas como Mozilla e Ford, que mostram que o mercado mobile vai muito além dos celulares comuns que carregamos no bolso.

—- • Siga o ‘Link’ no Twitter, no Facebook, no Google+ no Tumblr e também no Instagram

“A conexão entre pessoas é só o começo. O interessante agora é o que se pode fazer com ela”, disse Andrew Parker, diretor de marketing da GSM Association, entidade que organiza o MWC. “Agora temos até carros!”, disse, referindo-se à Ford, que lançou novo modelo na feira.

A edição deste ano, que terminou na quinta-feira, teve mais de 70 mil participantes e 1.500 expositores de mais de 200 países diferentes. Ela estava também em endereço novo, com exatamente o dobro do tamanho de 2011. Ganhou espaço, mas perdeu peso com a ausência de grandes empresas. “Há celulares e novos equipamentos, mas o importante é conhecer pessoas. Se perdemos o foco? Não, ele só está se ampliando”, disse Parker.

Os brasileiros da empresa de tecnologia Algar foram à feira em busca de novos contatos e novidades. “O mundo hoje gira em torno da mobilidade. Antes a feira só falava de celular, hoje já está tudo misturado. Temos que ficar atentos, pois as novas soluções podem vir das grandes ou das pequenas empresas.”

Publicidade

A ausência de lançamentos revolucionários não ofuscou a diversidade de novidades que acabaram por reafirmar tendências do setor, como realidade aumentada, NFC e internet das coisas. Segundo um estudo da GSMA, hoje há 3,2 bilhões de pessoas (quase metade da população mundial) com algum aparelho móvel. “Colocando essas soluções juntas – o carro, a bicicleta, a casa, o celular, a TV –, as novas tecnologias passam a fazer mais sentido e se tornam visíveis.

Ninguém vê as conexões sem fio, mas não é mais possível viver sem elas”, afirmou Parker.

Chips de alta performance e pouco consumo de bateria, conexões de 150 Mbps ou mais e máquinas se comunicando através de padrões comuns a todos. Para o presidente da Qualcomm na América Latina, Rafael Steinhauser, essa é receita que aponta o futuro. “Isso tudo já existe e indica um mundo totalmente wireless, em que as pessoas só precisarão andar com um celular. Ele pode ir muito além do que imaginamos, o ponto é explorarmos essas possibilidades.”

Espaço livre. Os anúncios soaram mornos em comparação com os anos anteriores. Em 2012, por exemplo, o ex-CEO do Google, Eric Schmidt, falava sobre a “revolução” dos smartphones. Microsoft e Nokia anunciavam a linha Lumia, com Windows 7,5. Mas nem a dona dos robozinhos verdes nem a criadora das janelas coloridas deram as caras este ano, além da BlackBerry, que preferiu lançar o novo aparelho em evento próprio.

PUBLICIDADE

Quem gostou dos desfalques foi a Mozilla, que aproveitou para lançar com destaque seu sistema operacional para celulares, o Firefox OS. Ele foi anunciado como alternativa para o usuário de que está “preso a duas ou três empresas” — referência clara a Google, Apple e Microsoft.

Os primeiros celulares com o Firefox OS chegam às lojas no segundo semestre. São eles: ZTE One, Geeksphone Keon e Peak e Alcatel One Touch Fire — LG e Huawei também terão dispositivos com o sistema, mas ainda sem nome divulgado.

Superlativos. Enquanto isso, as fabricantes Sony, HTC, Nokia, as chinesas ZTE e Huawei e a sul-coreana Samsung aproveitaram os holofotes para desfilar tablets com mais resolução e smartphones de telas enormes.

Publicidade

Entre os destaques está o Xperia Tablet Z, da Sony, reverenciado pela qualidade de imagem, peso e espessura (é hoje o tablet mais fino e leve do mercado).

O tablet Galaxy Note 8, da Samsung, também foi elogiado, principalmente por trazer a experiência e a caneta inteligente para um aparelho de tela mais humilde do que a do modelo de 10,1 polegadas apresentado ano passado.

A Nokia mostrou os smartphones 520 e 720, da família Lumia, e chamou a atenção para o pequeno modelo 105, que deve chegar aos mercados da África, Oriente Médio e Ásia pelo preço de US$ 18. A ideia, argumenta a empresa, é ter opções de aparelhos e preços que sirvam para todo tipo de consumidor.

A Huawei mostrou o Ascend P2, anunciado como o aparelho 4G mais rápido da atualidade (velocidade de até 150 Mbps). A ZTE exibiu o gigantesco Grand Memo, com tela de 5,7 polegadas e o primeiro telefone a receber o processador Snapdragon 800, enquanto a HTC apresentou o One, um dos aparelhos mais aclamados da MWC por seu design e hardware.

*O repórter viajou a convite da Qualcomm

—-Leia mais:Contatos que viram negóciosMovido à raposa• Link no Papel – 04/03/2013

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.