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Controlar a web destrói os direitos humanos

A afirmação é de Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web, preocupado com os objetivos do governo britânico

Por Agências
Atualização:

A afirmação é de Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web, preocupado com os objetivos do governo britânico

 

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LONDRES – O inventor do sistema World Wide Web, Tim Berners-Lee, alertou que os planos do governo britânico de controlar o acesso dos cidadãos à internet são perigosos e acarretariam na “destruição dos direitos humanos”.

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No Reino Unido, o governo elaborou um plano para vigiar as chamadas telefônicas, mensagens de textos e e-mails da população por razões de segurança. Mas Berners-Lee, em uma de suas declarações ao Guardian, publicadas nesta quarta-feira, 18, aponta que estas medidas tiram seu sono e deveriam ser retiradas.

“É incrível o controle que algo pode ter sobre alguém se puder vigiar a sua atividade na internet”, diz Berners-Lee, que trabalha também assessorando o governo (no projeto data.gov.uk) ajudando-o a melhorar sua transparência, tornando os dados públicos mais acessíveis à população.

Segundo ele, controlando o acesso de um cidadão à internet pode-se conhecer “detalhes íntimos” de sua vida, muito mais do que se falasse pessoalmente com ele, porque ali os indivíduos se sentem mais seguros para ver certas coisas de forma que não fariam em outro meio.

A ideia de que devemos registrar de maneira rotineira a informação sobre as pessoas é obviamente muito perigosa. Isso quer dizer que haverá informação que pode ser roubada” e depois utilizada, por exemplo, para “subornar as pessoas”, disse.

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Para criador da “WWW”, se o governo quiser informações pessoais sobre determinadas pessoas, então teria que criar um organismo independente para supervisionar esses trabalhos de vigilância.

Berners-Lee diz que o projeto de lei não deveria ser apresentado porque a base aliada, formada por conservadores e liberal-democratas, ainda não explicaram como se armazenará de maneira segura a informação que obtiver.

Segundo o plano, os dados a serem coletados da população por centros de escuta de Cheltenham (oeste da Inglaterra), conhecido por suas siglas GCHQ e cujas atividades são secretas, incluem a hora e a duração de cada chamada telefônica, assim com os destinatários de e-mails e mensagens de texto.

Políticos e organizações defensoras dos direitos civis criticaram o programa governamental porque entendem que ele viola o direito à privacidade dos cidadãos britânicos.

Na segunda-feira, o cofundador do Google, Sergey Brin, também avisou que a liberdade que permitiu a criação da internet há três décadas está atualmente ameaçada pela ação de governos que querem controlá-la.

/EFE

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