Cultura digital demanda banda larga

Debates sobre a popularização da banda larga foram destaque no último dia do II Fórum de Cultura Digital

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:
 Foto: Estadão

O topo da lista das prioridades na agenda da cultura digital é a democratização da banda larga. Se hoje já existe uma tal cultura digital brasileira — e ela está representada pelas centenas de pessoas que percorreram a Cinemateca nos últimos três dias — , é preciso lembrar que essa realidade faz parte da vida de uma minoria. Ainda é cedo para dizer que a cultura digital é popular — e o que falta para ela ser é o aumento do acesso às conexões.

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Por isso, o tema foi recorrente no último dia do II Fórum de Cultura Digital, nesta quarta, 17, evento realizado pelo Ministério da Cultura em São Paulo. Pela manhã, representantes do Ministério da Cultura (MinC) fizeram um balanço dos últimos quatro anos e membros da sociedade fizeram suas considerações sobre o que deve mudar para os próximos quatro. E a banda larga foi tema recorrente.

“Tem que ter banda larga para todo mundo”, disse o sociólogo Laymert Garcia dos Santos. Para Cláudio Prado, sociólogo e responsável por fazer a ponte entre o tropical e o digital que deu a tônica ao evento, é preciso “olhar para as lan houses” investir em ferramentas livres. “A cultura livre depende de ferramentas em software livre”.

José Murilo Júnior, coordenador de Cultura Digital do MinC, o próximo passo é uma revolução nas instituições. “A tecnologia andou tão veloz que as nossas instituições não conseguiram acompanhar”, disse.

Mais tarde, a questão da banda larga foi retomada na arena construída para abrigar as discussões mais quentes do evento.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, ‘só o plano não é suficiente’. “Ele precisa avançar mais. A velocidade apresentada ainda é baixa, menos de 1mb, e ainda é cara”, disse a advogada Veridiana Alimonti.

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Ronald da Costa, do Comitê Gestor do Programa de Inclusão Digital, disse que as operadoras de telefonia “não estão contentes com a proposta do governo. As teles desejam que o governo compartilhe as fibras”. Mas isso, disse ele, citando o responsável pelo Comitê, Rogério Sant’anna, seria como se “o governo para construir uma estrada precisasse fazer uma assembleia com as concessionárias de pedágio”. Costa também explicou que o governo está trabalhando as questões de infraestrutura e incentivos fiscais para executar o Plano Nacional de Banda Larga. Mas também disse: “só chegar o cabo lá não quer dizer nada”.

Para James James Görgen, da Secretaria do Audiovisual (SAV) do MinC, o assunto é difícil de ser discutido porque “é dominado por engenheiros”. “É difícil a gente falar de coisas como a dimensão simbólica da cultura. Digitalização de acervos, formação para os pequenos provedores de serviços”, exemplificou.

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