Dicas para tirar fotos

Algumas dicas que aprendi com um profissional

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Por Redação Link
Atualização:

Na semana passada, um amigo me deu de aniversário um presente fabuloso: uma aula de fotografia particular, ministrada por um profissional. Eu conheço um bocado de fotografia, e já tenho muita estrada, mas não sou um profissional. Tom Bear, por sua vez, é o extremo profissional: suas fotos já enfeitaram muita capa de revista, E durante minha tarde fotografando com ele, aprendi uma barbaridade. Vou partilhar algumas de suas dicas com vocês.

 

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* Como todo entusiasta da fotografia, Tom se importa bastante com a luz. Quando está fazendo retratos, os sujeitos ficam muitas vezes pasmos ao vê-lo olhando para o próprio punho diante do rosto. O que ele está fazendo é medir o “wrap” (c0ntraste) – o grau de decréscimo da luz do lado mais brilhante para o lado mais escuro. Um certo grau de wrap é desejável num retrato (fotograficamente falando, equivalente a cerca de 1,5 de f-stop); você não vai querer fotografar sob a luz direta do sol, porque obtém olhos entrecerrados e sombras profundas indesejáveis. Por outro lado, não vai querer que a face pareça completamente plana tampouco.

Então o que você faz se houver muita sombra em um lado do rosto? Um verdadeiro fotógrafo seguraria um refletor naquele lado – se houver um ajudante e equipamento especial à mão. Mas num aperto, Tom usa neve, um lençol de quarto de hotel, um pedaço de papel, alguém usando uma camisa branca, ou mesmo o laptop MacBook de nosso safari fotográfico didático, cujo corpo de alumínio prateado o torna um perfeito refletor difusor. “É por isso que os fotógrafos usam Macs”, ele brincou.

* Tom diz que as fotos impressas não mostram os ruídos e pixels que se veem na tela do computador. Você pode ficar insatisfeito com a aparência da foto na tela de computador, considerando-a muito “ruidosa” (com muitas manchas de cor) – mas ficará surpreso de como ela fica bem depois de impressa. Você não verá todo aquele ruído, em parte porque a tinta os abranda, e em parte porque as pessoas não olham para positivos com os narizes grudados neles.

* Tom quase sempre fotografa com um pouco de superexposição. Sempre se poderá amenizar os brilhos mais tarde no Photoshop. Mas se a foto foi com subexposição, será muito mais difícil recuperar os detalhes que se perdem nas sombras. “E sempre faça superexposição de mulheres”, disse ele. “A superexposição mata rugas.”

* Ele observou que a Canon e a Nikon, as duas gigantes rivais de câmeras, projetaram suas câmeras de modo que seus aros de foco e outros controles girem em direções opostas. Nós rimos, imaginando como deve ter sido a conversa dos projetistas.

* Tom sugere tomar cuidado para evitar o “chimping” (derivado de chimp, chimpanzé, significa a pessoa que tira fotos digitais e fica olhando embasbacada os resultados na telinha) um termo que eu nunca tinha ouvido. A pessoa fica tão empolgada olhando a reprodução de suas fotos na tela da câmera que perde grandes fotos ainda disponíveis ao seu redor. (Por que se chama “chimping”? Porque você fica ali olhando a reapresentação das fotos como um idiota, fazendo Ooh! Ooh! Ooh!”)

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*Como eu, Tom despreza profundamente a ênfase nas megapixels que a indústria de câmeras impinge, enganosamente, aos consumidores. (Veja minha coluna de 2007 sobre o mito do megapixel no New York Times.)

E ele me contou uma grande história. Alguns anos atrás, um de seus clientes, uma agência de imagens, rejeitou o material que ele entregou porque não atendia aos requisitos de resolução mínima da empresa. Todas as fotos deviam ter, por exemplo, 10 megapixel ou mais.

Tom sabia que suas fotos de cinco megapixel (ou seja quantos fossem) ficariam perfeitas depois de impressas; sabia que o mito do megapixel estava em jogo. Mas não conseguiu convencer a agência de que seu requisito de megapixel se baseava em mitologia.

Aí ele pegou um arquivo de fotos de um colega que possuía uma Canon SLR de alta capacidade, inseriu sua foto de baixa resolução, e retirou-a maior, de modo que ela enchesse a área toda da foto de alta resolução. (Por que ele começou com o arquivo de seu colega? Para que os metadados – as informações invisíveis sobre os ajustes fotográficos embutidos em cada foto digital – indicassem à agência de imagens que a foto fora tirada com uma câmara sofisticada.)

Não só a agência de imagens foi ludibriada, como até hoje, muito clientes seus usaram as fotos pretensamente de alta resolução em publicações profissionais. Todos ficaram enlevados com a sua qualidade.

Você é dos meus, Tom. Obrigado pela brilhante lição.

/ Tradução de Celso M. Paciornik

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* Texto originalmente publicado em 17/03/2011.

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