Maria Bonita: o scanner que troca o papel pela web (Paulo Pinto/AE) A Biblioteca Digital Mundial, lançada pela Unesco em 2009, é o exemplo da digitalização levada à escala global. O internauta navega por um mapa-múndi ou por uma linha do tempo para ter acesso a centenas de mapas, ilustrações, manuscritos e livros de todas as partes do mundo, acessíveis por qualquer cidadão. A digitalização do acervo das bibliotecas, porém, é uma tarefa que envolve uma série de questões em várias áreas. Para começar: são necessários equipamentos robustos para lidar com a quantidade, mas delicados para não agredir os materiais antigos. A Brasiliana, biblioteca digital da USP, investiu US$ 220 mil na “Maria Bonita”, um robô que escaneia 2,4 mil páginas por hora. A Biblioteca Estadual da Baviera usa a “mesa fotográfica de Graz”, que se ajusta para cada página. e também scanners 3D. O copyright também é uma questão complexa. No Arquivo Nacional, por exemplo, há acervos digitalizados que não podem ser disponibilizados na rede por que ainda estão protegidos por copyright. “Temos que esperar que as obras caiam em domínio público”, diz Ditadi. Nos EUA, por exemplo, a legislação do ‘fair use” (uso amigável) contorna esse problema. Até agora, todo o conhecimento que a humanidade produzia era guardado em formas físicas. Hoje o passado e o futuro estão juntos – e essa possibilidade de acesso ao conhecimento cria uma série de novas questões para a sociedade resolver.