Distância entre Apple e rivais pode diminuir

Analistas acreditam que, sem seu gênio criativo, Apple terá dificuldade para manter ritmo de inovação

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Por Agências
Atualização:

Analistas acreditam que, sem seu gênio criativo, Apple terá dificuldade para manter ritmo de inovação

 

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SEUL – A morte do carismático líder da Apple provavelmente terá profundo impacto sobre a fabricante do iPod, iPhone e iPad, dando aos grandes rivais da empresa uma chance maior de recuperar o atraso com relação à gigante da tecnologia. O espírito criativo de Steve Jobs estava tão ligado ao destino da Apple que sua morte, aos 56 anos, traz questões sobre a capacidade da empresa de manter o ritmo acelerado de sua criação de produtos transformadores.

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“Como analista de tecnologia, lamento sua morte. Era mais a Apple de Jobs do que o Jobs da Apple”, disse Kim Young-chan, analista da Shinhan Investment, em Seul.

Os presidentes-executivos de companhias rivais como a Samsung, Amazon.com, Google e Sony expressaram pesar pela morte de Jobs, um sinal do respeito que tinham pelo lendário executivo do Vale do Silício.

Os investidores sabiam da longa batalha de Jobs contra o câncer pancreático. Em agosto, o homem conhecido por seu apego ao design minimalista e por seu gênio para o marketing entregou a presidência executiva da companhia a Tim Cook, que foi por muito tempo seu vice-presidente de operações.

“A Apple já não conta com alguém tão criativo e ambicioso como Jobs”, disse Simon Liu, administrador de fundos no Polaris Group.

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Na Ásia, as perspectivas da Samsung são vistas como associadas de perto às da Apple. Os analistas acreditam que o conglomerado sul-coreano esteja bem posicionado para oferecer produtos inovadores e inspiradores, capazes de enfrentar a Apple. A Samsung já produz o mais próximo concorrente do tablet iPad.

As duas disputam a liderança no mercado de smartphones, tendo ultrapassado a Nokia, líder do setor por uma década, no segundo trimestre. A Apple também é a maior cliente da Samsung, adquirindo chips e telas.

O relacionamento e a rivalidade com a Apple ajudaram a Samsung a se tornar uma das grandes marcas mundiais nos 10 últimos anos, com capitalização de mercado de US$ 115 bilhões – ainda modesta ante os US$ 345 bilhões da Apple.

Mas o relacionamento também produziu tensões, porque a Samsung emergiu como maior rival para os aparelhos móveis da Apple. As duas companhias estão se processando em 10 países, e há mais de 20 casos em curso envolvendo as duas, desde abril.

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Chance para a Samsung. Os smartphones e tablets Galaxy, da Samsung, acionados pelo sistema operacional Android, do Google, são vistos como principais rivais do iPhone e iPad, os aparelhos com os quais a Apple mudou o mercado.

A concorrência ficou “atônita” diante do iPad, declarou Jobs em março, quando subiu ao palco para lançar o mais novo tablet da companhia. ”Eles voltaram à prancheta de desenho e cancelaram projetos porque não eram competitivos”, afirmou o executivo.

Lee Seung-woo, analista de tecnologia da Shinyoung Securities, disse que a Apple transformou o setor, mas que sua influência desapareceria sem a presença de Jobs no comando. ”Sob Jobs, a Apple consolidou segmentos dispares da tecnologia e criou um mercado unificado, causando muitas vítimas”, disse Lee. “Sem ele, os rivais da companhia terão tempo de recuperar seu atraso e grandes empresas como Google, Samsung, Microsoft e Facebook ocuparão o vazio”, afirmou.

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Jan Dawson, analista de telecomunicações da consultoria Ovum, disse que a Apple continuaria a se sair bem em curto prazo, porque ainda estaria lançando produtos de cujo desenvolvimento Jobs participou.

O iPhone, introduzido em 2007 com a tela de toque que terminou adotada por todos os rivais, é a referência no florescente mercado de celulares inteligentes, e suas vendas ajudaram a liquidar os planos ambiciosos de muitos rivais.

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“A questão é determinar se a Apple continuará lançando produtos líderes e de sucesso sem ele (em prazo mais longo). Em longo prazo, a Apple pode se tornar uma companhia comum, sem Jobs”, disse.

A influência dele foi reconhecida nas homenagens feitas por líderes das maiores empresas mundiais. ”O presidente Steve Jobs introduziu numerosas mudanças revolucionárias na tecnologia da informação e foi um grande empresário”, afirmou G. S.Choi, presidente-executivo, em comunicado.

Howard Stringer, presidente-executivo da Sony, disse que “a era digital perdeu seu maior luminar, mas as inovações e criatividade de Steve inspirarão pensadores e sonhadores por gerações.”

/ Miyoung Kim e Hyunjoo Jin (REUTERS)

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