Dono da Lavabit ofereceu serviços ao FBI
Ladar Levison pediu US$ 3,5 mil para realizar investigação e evitar que polícia dos EUA tivesse acesso a seu sistema
09/10/2013 | 18h07
Por Bruno Capelas - O Estado de S. Paulo
Ladar Levison pediu US$ 3,5 mil para realizar investigação e evitar que polícia dos EUA tivesse acesso a seu sistema
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SÃO PAULO – Documentos divulgados nesta quarta-feira, 9, pela Justiça americana revelaram mais uma tentativa do empresário Ladar Levison de proteger a Lavabit, sua empresa de e-mails privados que pode ter sido usada pelo informante Edward Snowden para se comunicar com jornalistas.
De acordo com os documentos, Levison pediu US$ 3.500 ao FBI para que ele próprio buscasse em seu sistema as informações que o órgao buscava para suas investigações, evitando que a polícia americana entrasse em seu sistema levando senhas e conteúdo de mensagens dos usuários.
A proposta foi feita por Levison em uma carta entregue no dia 13 de julho, duas semanas após o empresário ter recebido um pedido de cooperação da polícia para entregar dados.
Segundo os documentos, Levison forneceria apenas os metadados das mensagens, isto é, informações como destinatário, remetentes e datas de envio, sendo que US$ 2 mil serviriam para cobrir o custo do desenvolvimento da solução, e US$ 1,5 mil para fornecer dados durante um período de 60 dias.
Em agosto, a companhia foi fechada pelo próprio empresário após ser pressionado pelo FBI a revelar detalhes sobre seu sistema de funcionamento. A medida afetaria a privacidade de seus 410 mil usuários, ainda que estes não estivessem sob investigação.
Na época, a corte do estado da Virgínia multou o Lavabit em US$ 5 mil dólares por dia, até que o site fornecesse ao governo a chave de decodificação de seus arquivos.
A decisão de fechar o Lavabit foi tomada por Levison após perceber que colaborar com o governo iria contra a natureza de seu negócio e contra a quarta emenda da Constituição americana, que versa sobre os direitos dos cidadãos de só serem investigados e terem sigilo quebrado sob mandado judicial.
No momento, Levison continua a captar recursos para prosseguir sua batalha judicial até a Suprema Corte norte-americana e poder reabrir sua empresa.
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