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Desempenho do comércio eletrônico no Brasil só cresce – e o Google quer um naco desse avanço

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Por Carla Peralva
Atualização:

Desempenho do comércio eletrônico no Brasil só cresce – e o Google quer um naco desse avanço ao lançar seu Shopping por aqui

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Buscapé, Mercado Livre e B2W são alguns dos sites de e-commerce mais clicados do Brasil. Segundo a ComScore, quase 16 milhões de visitantes únicos acessaram o veterano Buscapé em setembro, enquanto 14 milhões entraram no Mercado Livre.

Na mesma semana em que esses números foram divulgados, o Google decidiu entrar na briga e lançou no País o Shopping, seu motor de busca especializado em comércio eletrônico. O serviço reúne informações sobre produtos que podem ser comprados online em uma página específica dentro do navegador.

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O projeto foi coordenado pela brasileira Lucia Tahara Le Menn, gerente de parcerias estratégicas do Google, que mora em Paris e esteve à frente ao lançamento do Google Shopping na França. Líder de uma equipe formada por funcionários da empresa sediados em diferentes países e focada em cooptar parceiros de conteúdos europeus, Lucia deu um tempo nos negócios para o Velho Continente para encabeçar o Google Shopping Brasil.

Segundo ela, o serviço, que já existe nos EUA, em alguns países da Europa e na Austrália, foi adaptado ao País. Apenas a versão em português, por exemplo, apresenta o valor do produto dividido em parcelas, informação identificada como algo essencial para público daqui.

Tanto o Google quanto o Buscapé acreditam que o comércio eletrônico brasileiro vive um momento especial. Para Guilherme Stocco, vice-presidente do Grupo Buscapé, desde que os EUA entraram em crise e o Brasil cresceu, o País atraiu investimentos e novos negócios. Além disso, segundo ele. A penetração da banda larga na classe C também está ajudando esse tipo de comércio a crescer. Para Lucia, o Brasil representa um grande mercado potencial para as compras online, uma vez que a cultura digital está muito desenvolvida no País.

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Stocco atribui a liderança do Buscapé à variedade de produtos que as diversas empresas do grupo oferecem: serviços de pagamentos online, selo de confiança atribuído pelos usuários e um agregador de ofertas de compras coletivas são alguns exemplos. “Atuar em toda a cadeia do e-commerce ajudou no crescimento do site Buscapé”, afirma.

Já o Google Shopping é mais restrito. “Ele surgiu em decorrência da missão do Google de organizar as informações do mundo e torná-las acessíveis e úteis”, diz Lucia. E essa missão parece ter sido seguida à risca: a empresa não interfere no ranqueamento dos resultados (o Shopping usa o mesmo algoritmo das buscas padrões do Google convencional), não permite comparação direta entre dois itens e os usuários não podem dar sua opinião sobre o serviço de uma loja diretamente na página do buscador – ele apenas exibe os comentários deixados nas páginas dos próprios vendedores. O trunfo está exatamente em mesclar as resultados de produtos às pesquisas do buscador mais usado do mundo.

Se um comerciante quer que seus produtos apareçam no Shopping, é necessário se cadastrar no site Merchan Center e enviar as informações requeridas, que não indexa todos os sites de e-commerce da rede, só os registrados. O cadastro é grátis e pode ser feito por qualquer vendedor que siga as políticas de qualidade da empresa – é obrigatório, por exemplo, que o produto possa ser pago pela internet e seja entregue à domicílio.

Lucia diz que o Google Shopping é o maior indexador de produtos no mundo, com mais de um bilhão de itens em sua base. No Brasil, mais de 200 mil empresas já se cadastraram.

No Buscapé, a ideia não é apenas reunir informações sobre produtos que podem ser comprados online, mas “trabalhar a informação para que ela valha mais para o consumidor”. No Buscapé é possível, por exemplo, avaliar o serviço da empresa, fazer comentários sobre os produtos e comparar produtos específicos. As duas empresas não comentam os desempenhos dos concorrentes.

—-Leia mais:Reader para o G+• ‘Link’ no papel – 24/10/2011

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