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'Efeito Snowden' influencia produtos na CeBIT

Empresas apostam em soluções antigrampo na maior feira de computação do mundo

Por Agências
Atualização:

FRANKFURT – Companhias de telecomunicações como Deutsche Telekom e Vodafone e o especialista em codificação de dados Secusmart apresentam na CeBIT, a maior feira de computação do mundo, soluções antigrampo para aumentar a segurança das conversas e o envio de dados, clara influencia do chamado ‘efeito Snowden’ (nome dado ao aumento da preocupação com a privacidade depois que o ex-agente Edward Snowden revelou o esquema de vigilância oficial norte-americano)

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A chanceler alemã, Angela Merkel, se mostrou surpresa nesta segunda-feira, 10, em Hannover, no norte da Alemanha onde acontece a feira, quando alemã Secusmart mostrou que, com pouco esforço, é possível conseguir uma comunicação mais segura. A Secusmart fornece ao governo alemão telefones celulares com alta segurança para conversas confidenciais, porém a solução é muito cara para o usuário comum.

A CeBIT – inaugurada hoje, e que neste ano tem o Reino Unido como país convidado, com a presença do primeiro-ministro David Cameron na abertura – está nesta edição com a atenção voltada para melhorar os padrões de segurança de dados para evitar a espionagem, como o que sofreu Merkel.

A chanceler alemã, de que soube no ano passado que tinha sido espionada pelo serviço de inteligência americano, ressaltou a importância de proteger a segurança na internet como condição necessária para a evolução.

Mais de 500 empresas apresentarão neste ano na CeBIT soluções de segurança digital.

Cameron, que defendeu colaborar com a Alemanha para criar uma Europa Digital, não acompanhou hoje Merkel em toda a visita às empresas mais importantes da CeBIT, e a espionagem não foi mencionada no tempo em que percorreram a feira juntos. O centro de escutas britânico GCHQ esteve envolvido no escândalo de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) revelado por Edward Snowden.

A delegada europeia para a Agenda Digital, Neelie Kroes, disse na feira: “Snowden nos deu um sinal de alerta. Não nos deixem esquecê-lo”. Ela quer apresentar neste ano o projeto de lei sobre uma pauta europeia para a segurança em tecnologia da informação. A delegada afirmou que a Europa não pode fechar as portas à inovação.

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Sobre às soluções anti escuta, a Deutsche Telekom tem seu smartphone antigrampo SiMKo 3.

Já a Vodafone e a Secusmart oferecem juntas uma solução de segurança accessível para comunicação de voz com smartphones a partir de um aplicativo que custaria 12 euros por mês (cerca de R$40) a mais que a conta telefônica, segundo declarações do diretor de Vodafone na Alemanha, Jens Schulte-Bockum, conforme publicado hoje no jornal especializado em economia “Handelsblatt”.

Os usuários de um smatphone podem usar o aplicativo que oferece tanta segurança quanto a do telefone de Merkel, com a condição de que as empresas assegurem de forma especial os sistemas operacionais destes telefones, de acordo com a Secusmart.

Os processadores Android e o iOS da Apple são considerados predispostos a ataques cibernéticos, como indicam especialistas do setor, que inclusive não recomendam usar smartphones quando se trata de informação muito delicada.

Outro assunto abordado na CeBIT é o apoio a empresas emergentes de tecnologia da informação, das que 300 se apresentam na feira, assim como a análise de macrodados. Neste sentido, o co-presidente da companhia alemã de software para empresas SAP AG, Jim Hagemann Snabe, disse que a análise de macrodados tem que ser cada vez mais rápida.

A CeBIT conta com mais de 3.400 empresas de 70 países apresentando seus novos produtos de informática até 14 de março.

/ EFE

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