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Elop evita críticas em Barcelona

Presidente-executivo da Nokia, Stephen Elop, foge das críticas sobre o acordo com a Microsoft em discurso no Mobile World Congress

Por Rafael Cabral
Atualização:

Imprensa, acionistas, o mercado: praticamente ninguém ficou satisfeito com o acordo entre a fabricante de hardware finlandesa Nokia e a Microsoft para levar o sistema operacional Windows Phone para os futuros smartphones da empresa. A Intel, que desenvolvia a plataforma com a MeeGo com a Nokia, disse estar “muito decepcionada” com a escolha, e o próprio Eric Schmidt, do Google, deixou claro em sua palestra que fez tudo para que a companhia adotasse o Android e garantiu que “as portas estarão abertas no futuro”, falando com um tom de quem já sabe que o acordo com a rival Microsoft dará mesmo errado.

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O CEO da Microsoft, Steve Ballmer, preparou uma palestra sobre as novidades do Windows Phone que tinha a missão acalmar o mercado e tentar reverter a queda que as ações da empresa colaboradora parassem de despencar — em vão. Pouca gente engoliu a alegação de que é mais interessante para a Nokia adotar o sistema — que praticamente ninguém usa, por enquanto — simplesmente para criar uma uma terceira opção para as operadoras.

Tony Melone, empresário que está à frente da megaoperadora Verizon, afirmou na mesma feira que não era bem assim: para ele e para sua empresa, Android, iOS e Blackberry são suficientes, disse.

Nesta quarta-feira, 16, foi a vez do CEO da Nokia, Stephen Elop, fazer o seu keynote (palestra). O executivo, que já trabalhou na Microsoft e tem ações da empresa, vem enfrentando todo tipo de críticas e pode ter problemas com os próprios acionistas da Nokia. Mas, em vez de tentar mais uma vez amaciar os insatisfeitos, o empresário mudou o foco e falou da importância e da popularidade dos celulares da Nokia para o mundo em desenvolvimento.

Os celulares mais simples da empresa, disse Elop, são cruciais para levar a internet para quem ainda não tem acesso a plataformas mais caras para acessá-la. Segundo ele, três bilhões de pessoas ainda podem entrar na rede por meio dos dispositivos móveis.

“Oitenta por cento das pessoas têm celulares, mas só vinte por cento da população global está online”, disse Elop, logo depois de mostrar um mapa global que dava um pixel para cada dispositivo da Nokia e no qual praticamente todos os continentes ficaram brilhantes. “Acreditamos que existe uma enorme oportunidade aí”, afirmou.

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“Estamos investindo no futuro. Podemos conectar os desconectados e colocar mais um bilhão de pessoas online”, finalizou.

+ Mobile World Congress 2011

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