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Empresa promete facilitar caminho entre bandas independentes e lojas virtuais de música - será?

Encontrar a saída certa para o mercado musical, que se debate contra a natureza livre da internet, é a chave para ser o próximo milionário da rede. Nesta semana, mais uma empresa brasileira está tentando a sorte grande, a Ponte D, que diz ter “a solução para artistas independentes que querem lucrar com sua música”.

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Por Redação
Atualização:

A Ponte D oferece serviços operacionais, como a digitalização das músicas, e a assessoria “jurídica” que permitiria ao artista vender faixas em lojas de música virtuais. “Para o artista independente é complicado fechar contrato com lojas de música virtuais. Normalmente, fecha-se um pacote com as gravadoras”, afirma um dos sócios da nova empresa, Nivaldo Fernandes.

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Na verdade, é possível – e muito fácil – fazer o trabalho de divulgação sozinho. Há inúmeras ferramentas gratuitas, do Myspace à Last.fm, passando por PureVolume ou mesmo 4shared. Também há um modelo de negócios inovador, o que a Trama Virtual desde 2007 chama de “download remunerado”.

A ideia da gravadora é transformar os cliques nas músicas do artista independente em dinheiro, com acordos de patrocínio com empresas parceiras. O cadastro pode ser feito através do site http://downloadremunerado.uol.com.br/.

Pode ser uma sacada boa, mas o resultado na pratica é simbólico. Por exemplo, o cheque mais alto recebido pelo Dance of Days, banda que mais faturou até hoje com o serviço, foi de pouco menos de R$ 4 mil. “A gente recebe cheques todo mês, que variam mais ou menos entre R$ 1,2 mil e R$ 2 mil”, diz o guitarrista Tyello.

O Rockz, banda carioca que também usa o sistema, afirma receber cheques trimestrais cujos valores variam bastante – mas não impressionam. De acordo com o baterista Pedro Garcia, o total de faturamento foi de R$ 1 mil. “Custeamos a gravação do CD novo com esse dinheiro. Mas varia de acordo com a disposição da banda em colocar músicas novas pra download, também.”

Pedro diz que o Rockz esteve pesquisando outras opções de ganhar dinheiro com músicas na rede: o Easyshare, que também paga ao autor de acordo com o número de downloads, e o Fiz.tv , que paga por vídeos produzidos e postados. “O Easyshare paga muito menos que o Trama Virtual, mas não dá para desconsiderar. Quanto ao Fiz.tv, tenho um amigo que chega a ganhar R$ 2,5 mil por mês produzindo e publicando 10 minutos de vídeos por semana”, conta.

Será que tem espaço para a Ponte D nisso tudo? De acordo com o sócio Nivaldo Fernandes, a Ponte D quer reunir os artistas independentes e facilitar o fechamento de contratos em “pacotes”, além de viabilizar o registro da obra em uma “editora”, procedimento legal obrigatório pra vender música em sites.

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O preço da ajuda, diz Nivaldo, sai bem mais em conta do que o valor que as gravadoras costumam cobrar de seus artistas por cada faixa vendida. “Além da taxa fixa do processo operacional, que varia de acordo com o serviço solicitado, cobramos 20% do valor líquido que a loja virtual repassa para a banda depois da venda”, argumenta.

Os valores normalmente cobrados pelas gravadoras costumam variar de acordo com o artista e o tipo de contrato.

Existe outro selo que presta serviços semelhantes a bandas independentes – a Trevo Digital. No site, o artista faz um cadastro, paga uma taxa anual de R$ 30 e pode começar a vender sua música na própria loja do site, com alguns benefícios, como o resgitro autoral das faixas, por exemplo. A Trevo também fica com 20% do valor de cada música comprada. Outra opção semelhante, mas gringa, é o eListeningPost.

Felipe Llerena, diretor executivo do iMusica, diz que eles fecham, sim, contratos com bandas independentes, mas que de fato é mais simples quando isso é feito em conjunto. O registro mencionado por Nivaldo, segundo Llerena, é o ISRC, um código fonográfico atribuído a toda composição musical no País, e pode ser gerado pelo próprio iMusica, quando o artista assinar o contrato. “Serviços como esse, do Ponte D, facilitariam nosso trabalho. O intermediário cuida do interesse do artista, e isso é interessante pra ele, já que um grupo de artistas agenciados tem mais chances de conseguir destaque num site, fechando contratos maiores”, diz.

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Ainda assim, de acordo com ele, a banda independente pode se inserir nas lojas do iMusica sozinha, assinando o contrato sem a ajuda de intermediários – e, portanto, sem a taxa cobrada por eles.

Veja algumas soluções que permitem ganhar dinheiro com sua música na web:

Easyshare: dá pontos para cada download que é feito da conta de algum usuário. Esses pontos podem ser convertidos em dinheiro. • Fiz.tv: o valor pago depende do formato, da duração e do número de votos que o vídeo publicado receber. • Trama virtual: a cada mês, um patrocinador fornece um valor em dinheiro. No fim do mês, todos os downloads em sistema remunerado do site são contabilizados – divide-se o dinheiro por esse número e tem-se o valor que será pago por música baixada. • Google AdSense para vídeos: publique os vídeos de sua banda no YouTube e use esse serviço para inserir anúncios patrocinados neles.

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