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Empresas criam programas para incentivar a diversidade

Para tentar incluir mais mulheres na tecnologia, grandes empresas como Google, Oracle e Dell criam grupos de apoio e programas de liderança específicos para elas

Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

SÃO PAULO – Diante do baixo número de mulheres trabalhando na área de tecnologia, as principais empresas vem desenvolvendo nos últimos anos uma série de programas para incentivar a participação feminina.

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A Oracle, por exemplo, criou o Oracle’s Women Leadership (OWL), que chegou ao Brasil em 2011,e tem como principais objetivos a ampliação do networking, o compartilhamento de conhecimentos e a troca de experiências entre as executivas da Oracle, clientes e parceiros da empresa.

Entre as atividades organizadas estão palestras sobre saúde feminina, discussões sobre o papel da mulher no mercado de trabalho e a forma feminina de liderar. Segundo a empresa, uma média de 450 mulheres da empresa participam das ações do OWL.

A vice-presidente de Operações de Negócios, Oracle para América Latina, Margareth Wolff, está na liderança do programa. “Nosso objetivo não é competir com o talento masculino, mas agregar a partir das nossas diferenças, porque percebemos ao longo do tempo que as mulheres agregam muito ao mercado de trabalho”, diz.

Para ela, esse tipo de ação é importante para que as mulheres desenvolvam sem medo algumas habilidade profissionais. “O homem, por exemplo, aproveita muito a sua rede de contatos no mercado profissional. A mulher não faz isso tão bem, embora goste muito de falar. É uma questão milenar. Antes a mulher estava muito focada na questão familiar. Por isso as estimulamos nessas questões”, diz Margareth.

Atualmente a Oracle do Brasil conta com 27% de mulheres em seu quadro de funcionários, sendo que dentro deste universo 26% ocupam cargos de liderança. O principal modelo para as funcionárias da empresa está na principal liderança da companhia: Safra A. Catz, diretora de operações da Oracle, que assumiu o cargo com Mark Hurd após o fundador da empresa, Larry Elisson, deixar o cargo em setembro. 

A Dell criou um grupo semelhante, chamado de WISE (Women in Search of Excellence, algo como Mulheres na Busca por Excelência) para apoiar e promover a tolerância e o respeito à diversidade dentro da companhia, além de incentivar a aquisição, a promoção e a retenção das mulheres. O grupo faz reuniões mensais e tem 270 integrantes em todo o Brasil.

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Algumas atividades tem o objetivo de integrar homens e mulheres, como o programa “Lições de Liderança”, no qual executivos da companhia se reúnem com os funcionários para contar suas experiências de carreira, com dicas específicas para as mulheres.

Além dos muros da empresa 

Já o Google tem focado em ações para desenvolver o interesse das mulheres pela área de tecnologia que vão além de programas para as funcionárias da empresa.

Na América Latina, a empresa criou o Computer Science Academy, que levou15 mulheres latino-americanas(das quais 9 eram brasileiras) para passar 3 meses no Google no Vale do Silício para ter aulas práticas e teóricas para aprofundar conhecimentos em Ciências da Computação. Entre as participantes estava Camila Achutti, diretora do Technovation Challenge.

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Em março, a empresa organizou o Women Techmarkers em São Paulo e Belo Horizonte em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Os eventos fizeram parte de uma série de mais de 100 eventos que foram realizados em 52 países para celebrar as mulheres que já atuam em tecnologia, estimular outras a investirem na carreira e fornecer ferramentas para apoiá-las no seu desenvolvimento.

Já para as funcionárias, a empresa mantém o Women@Google, uma rede global com 4 mil participantes da empresa que tem foco três pilares: conexões, desenvolvimento e comunidade. “É interessante para conversar com outras mulheres, fazer networking e ter visibilidade. Isso ajuda a criar um ambiente de trabalho mais acolhedor”, diz Camila Matsubara, engenheira que trabalha no desenvolvimento do sistema de busca do Google, em Belo Horizonte.

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