Encontro em Seul debate segurança na rede
Para embaixador da Coreia do Sul, problema da segurança na internet hoje é tão significativo quanto terrorismo
16/10/2013 | 13h38
Por Ligia Aguilhar - O Estado de S. Paulo
Começa nesta quinta-feira, na Coreia do Sul, a Conferência do Ciberespaço 2013, que vai debater os perigos para a liberdade na rede; para embaixador problema da segurança na rede é hoje tão significativo quanto o terrorismo
![]() |
SEUL – Começa na quinta-feira, 17, na Coreia do Sul, a Conferência do Ciberespaço 2013, evento que tem como objetivo debater os perigos e desafios impostos pelo cibercrime e os benefícios econômicos e sociais da internet.
O evento teve duas edições anteriores, em Londres, no Reino Unido, e em Budapeste, na Hungria. Este ano, será realizado em Seul, entre os dias 17 e 18, organizado pelo governo sul-coreano e com a participação de cerca de 1 mil delegados de mais de 80 países.
O tema principal será “Prosperidade Global através de um Ciberespaço aberto e seguro – Oportunidades, Ameaças e Cooperação”. Os painéis serão dedicados a seis assuntos específicos: Crescimento Econômico e Desenvolvimento, Benefícios Sociais e Culturais, Segurança Cibernética, Segurança Internacional, Cibercrime e Capacitação.
“A segurança na internet é uma questão global que emergiu nos últimos anos ao lado de problemas como o terrorismo. Sediar a conferência ajuda as pessoas a terem consciência do problema”, disse em entrevista ao Link o embaixador para assuntos de segurança internacional da Coreia do Sul, Choi Sung-joo.
No seu escritório em Seul, ao lado de um relógio que faz contagem regressiva para o início da Conferência, o embaixador disse estar preocupado com a segurança na internet – o país foi alvo de cibercriminosos que derrubaram os servidores de bancos e emissoras de TV no início do ano, levantando suspeitas da participação de hackers da Coreia do Norte, com quem o país mantém tensas relações. “Todos os países precisam tomar responsabilidade pelo problema (do cibercrime) e tomar medidas contra ele”, diz o embaixador.
Entre os participantes do evento estarão o secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Virgílio Almeida; o especialista em cibersegurança do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (Csis), James Lewis; o gerente geral da Microsoft, Matt Thomlinson; e Hamadoun Touré, Secretário Geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT).
O caso da espionagem norte-americana revelado pelos documentos divulgados pelo ex-agente da CIA Edward Snowden, também devem servir como pano de fundo para o debate sobre privacidade e liberdade na rede.
Não por acaso os representantes e palestrantes norte-americanos no evento recusaram os pedidos de entrevista para a imprensa. “O caso Snowden deu uma lição importante para a comunidade internacional sobre a privacidade e a necessidade de relações mais sólidas entre os países”, disse o embaixador Sung-joo. “A espionagem é uma realidade e nenhum país está livre disse. O caso Snowden apenas colocou o assunto em evidência.”
Ao final do evento, será elaborada uma agenda para pautar futuras discussões sobre ciberespaço ao redor do mundo. Acompanhe a cobertura do evento no site do Link.
*A repórter viajou a convite do ministério de relações internacionais da Coreia do Sul
Leia mais:
• Governo apresenta serviço de e-mail mais seguro
• 57% são alvo de cibercrime móvel no Brasil
• Brasil depende da criptografia alheia
Comentários
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.