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Escolas 'Steve Jobs' são abertas na Holanda

Instituições usam a tecnologia como método de ensino e estimulam a criatividade

Por Agências
Atualização:

Instituições usam a tecnologia como método de ensino e estimulam a criatividade

BRUXELAS – Um pátio de colégio virtual, avatares personalizados para cada aluno e iPads no lugar de livros e quadros-negros são algumas das ferramentas educativas dos novos colégios holandeses “Steve Jobs”, que abriram as portas na última segunda-feira, 26, e já têm cerca de mil alunos inscritos.

 

Voltado para crianças entre dois e 12 anos, o modelo “Educação para uma nova era” contempla uma nova forma de ensino, onde os iPads substituem os livros e a escola começa a se redefinir como conjunto entre o edifício físico e o “espaço virtual”.

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As sete primeiras escolas do projeto, às quais se unirão mais cinco ao longo do próximo ano acadêmico, adaptam a educação infantil às novas necessidades do século XXI e homenageiam o fundador da Apple.

“Queremos preparar as crianças para o mundo pós 2025 com as ferramentas que temos hoje, não como na maioria das escolas, que preparam as crianças com as ferramentas de ontem para o mundo de ontem”, declarou à agência Efe Maurice de Hond, fundador da organização “Educação para uma nova era” (O4NT).

Para Hond, estas escolas permitirão que as crianças desenvolvam seus conhecimentos plenamente, não só “reter conceitos na memória sem processá-los”.

O modelo educativo sustenta a necessidade de desenvolver as habilidades de cada aluno de maneira individual, de modo que cada um estabeleça seu próprio calendário e horário monitorado pelo professor, que nas escolas Steve Jobs é chamado de “treinador”.

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Assim, o estudante vai se dirigir a diferentes “locais” (idiomas, oficina criativa, oficina de números, laboratório técnico) de acordo com suas características particulares.

O iPad é a ferramenta fundamental destes colégios, que tem um tablet para cada aluno, até mesmo os menores) para permitir que acessem a escola virtual e os aplicativos educativos dos centros.

“Achamos que é possível utilizar o iPad para ensinar o que sabe e o que aprendeu em qualquer matéria, para compartilhá-lo com outros”, explicou Hond, acrescentando que o dispositivo permite aprender em múltiplos formatos: “Pode ser em vídeo, com apresentações, mapas mentais, desenhos animados, áudio ou texto”.

Entre os aplicativos educativos desenvolvidos pela O4NT está o pátio virtual para o recreio (sCoolSpace) onde, em 3D, os alunos podem encontrar os colegas de classe e seus professores.

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Cada estudante tem seu próprio avatar para a plataforma, com fotografia e elementos personalizáveis, e através dele pode conversar com outros companheiros e compartilhar os trabalhos no “pátio” virtual.

A plataforma permite aos pais acompanhar o progresso dos filhos por um aplicativo online e supervisionar os projetos coletivos das crianças no ambiente em que os alunos realizam projetos de pesquisa com os colegas.

Hond destaca que estes aplicativos transformam o novo modelo educativo em uma nova fórmula de “aprendizagem virtual”, e que não é necessário ir ao centro para aprender, já que todos os estudantes têm acesso virtual à escola.

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“Inclusive quando está de férias o iPad está contigo, e pode continuar a aprender. E compartilhar também um vídeo, uma apresentação ou qualquer coisa das experiências das férias”, comentou.

A proposta inicial da O4NT era estabelecer horários flexíveis para os estudantes, mantendo a escola aberta todas as semanas do ano para que as famílias pudessem decidir em que data tirariam férias, ou a que horas as crianças iriam ao colégio.

Ainda há restrições legais para aplicar este modelo de horários variáveis, mas o Ministério da Educação holandês já anunciou que estuda fórmulas para permiti-lo.

O financiamento destas escolas é estatal, e a entrada é gratuita como em qualquer outra escola pública do país. Para os pais só é preciso pagar alguns aplicativos educativos.

Como o Ministério da Educação não interfere no orçamento dentro das escolas, o custo dos iPads está coberto em alguns centros, enquanto em outros os pais são responsáveis por adquiri-lo a uma taxa mensal de 10 euros.

A organização que define o modelo dessas novas escolas foi fundada em março de 2012 por especialistas educacionais e de novas tecnologias. Ela defende um modelo de ensino adaptado à nova sociedade e, especialmente capaz de utilizar as novas tecnologias para fomentar a criatividade e as habilidades dos jovens.

/ EFE

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