Escrever direito é com o Ortografa

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Por Filipe Serrano
Atualização:

Quase sete meses depois de a Reforma Ortográfica entrar em vigor no Brasil, o mecanismo de busca do novo vocabulário no site da Academia Brasileira de Letras ainda não ganhou uma versão atualizada.

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Enquanto isso, o site Ortografa.com.br tem sido uma das melhores formas de consultar as recentes mudanças na língua. Ele foi criado em janeiro pelo analista de sistemas carioca Ramon Bispo, de 24 anos.

O Link conversou com Ramon por e-mail e telefone, e ele conta que tem feito atualizações no banco de dados do site de acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), a publicação oficial da ABL com a grafia correta dos verbetes. “Digo, com convicção, que dá para confiar 90% nele”, afirmou. O criador do Ortografa ainda diz que já foi procurado pela ABL. Confira abaixo a entrevista completa.

 

Você era bom de Português no colégio? Por que se interessou em criar o Ortografa? Eu era bom de português, mas não me considerava dos melhores. O interesse principal na criação do Ortografa foi o desejo de criar uma ferramenta que pudesse ajudar algumas pessoas com a conturbada mudança ortográfica. O retorno foi bem maior do que eu esperava, sem que eu tivesse feito o mínimo de divulgação.

Diz a verdade, dá para confiar 100% nele? De onde você tira os termos? Pretende incorporar o VOLP completo? Digo, com convicção, que dá para confiar 90% nele. Os termos são todos baseados no VOLP (adquiri o meu na semana de lançamento). Antes do lançamento do VOLP, eu me baseava em documentos disponibilizados por editoras na internet (período de janeiro até março).

O sistema não está 100% de acordo com o VOLP. Faço atualizações periódicas. Além do mais, folheando o VOLP dá para perceber que muitas dúvidas continuam sem solução.

É importante lembrar que nenhum corretor é 100% confiável no que diz respeito às mudanças ortográficas. As nuances são muitas, sobretudo nas regras dos hífens (ainda geram bastante confusão).

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A busca do VOLP no site da ABL ainda não está atualizada. Alguém da Academia (ou do Google) já se interessou por comprar o Ortografa pra facilitar o trabalho deles? Comprar, não. Mas já recebi algumas propostas de parceria. Só que nenhuma delas até o momento se adequou ao que quero para a ferramenta. Minha intenção é aumentar a colaboração e expandir as possibilidades de aprendizado. Não quero levar este projeto para uma linha comercial.

Tive parcial contato com a Academia, mas nada foi fechado até então.

Quantas pesquisas o site recebe por dia? Eu não tenho uma métrica para a quantidade de pesquisas. Inclusive, indico na política de privacidade que não me aproprio dos textos digitados. Mas, levando em conta a taxa de visitação, creio que sejam no mínimo 5 mil pesquisas por dia. No início do projeto, o Ortografa teve picos de 13 mil visitantes diários.

Quais os termos mais buscados? Não tenho métricas para volume de pesquisas, já que não controlo os textos dos visitantes. Possuo, apenas, as métricas de URL, já que criei um recurso que possibilita digitar a palavra na URL do sistema e o resultado aparecer automaticamente. Neste tipo de busca, “guarda-chuva” é o termo campeão! (http://www.ortografa.com.br/guarda-chuva)

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Vi que também tem uma versão do site pro iPhone. Já ouviu falar de gente que consultou o site pelo celular pra não escrever errado na prova? Bom, acredito que a maioria das instituições proíbe o uso do celular em provas e testes. Sou usuário de iPhone e sei o quanto é útil ter certas ferramentas sempre à mão.

Dá para saber quais os termos mais buscados só pelo iPhone? Quais? Não… Não possuo estas métricas.

Por que você acha que pouca gente decora as regras gramaticais de Português e a maioria acaba preferindo buscar na internet? Penso que utilizar um bom corretor ortográfico é essencial até para o melhor dos escritores. É natural cometermos erros de escrita. Muitas vezes erros bobos o suficiente para não serem vistos. Qualquer pessoa tem um certo vício na hora de escrever. Assim sendo, vejo os corretores não como ferramentas para os que não possuem conhecimento gramatical. Os corretores ortográficos são o “olho mágico” da revisão.

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Ter referências confiáveis é essencial! Mas isso, é claro, não deve ser utilizado como subterfúgio para o desconhecimento da nossa língua.

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