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EUA promete reforma de sua inteligência na NETmundial

Coordenador de cibersegurança da Casa Branca declarou apoio ao modelo multissetorial

Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

“Nós estamos aqui para fazer uma mudança ou para perder tempo?”, questionou Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia e membro do Comitê de Alto Nível da NETmundial, no início da sua fala durante o segundo painel do NETmundial nesta quarta-feira, 22.

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Representantes de diversos países, academia e da sociedade civil aproveitaram a sessão para apoiar o modelo multissetorial e fazer suas considerações sobre a governança da web. “A internet é mais disruptiva do que a eletricidade, a industrialização… é a maior revolução do mundo. E só podemos criar mudanças positivas se entrarmos em acordo”, afirmou Neelie.

O principal destaque do painel foi a participação dos Estados Unidos, principal motivador para realização do evento, após as revelações do sobre espionagem do ex-técnico da CIA Edward Snowden.

Michael Daniel, assistente especial do presidente Barack Obama e coordenador de cibersegurança da Casa Branca, declarou que os EUA apoiam o modelo multissetorial. “Estamos aqui porque acreditamos nos indivíduos que operam, habilitam e usam a internet em todo o mundo. Achamos que trabalhando em conjunto a comunidade estará melhor equipada”, afirmou.

Daniel também comentou sobre a espionagem. “Sobre as dúvidas em relação à vigilância não-autorizada, reafirmamos o que o presidente Obama disse em janeiro e continuamos comprometidos com a reforma da nossa inteligência”, disse.

Outro destaque foi o ministro das Telecomunicações do Equador, Jaime Guerreiro, que arrancou aplausos ao oferecer o seu país para sediar a próxima edição do NETmundial. “A continuidade do trabalho iniciado aqui é fundamental”, disse.

Alguns países, porém, como Rússia e Argentina, defenderam uma maior participação dos governos nas decisões. “O modelo atual de governança passa por crise séria. Nós acreditamos que o modelo multissetorial deve incluir governos, que têm papel importante na segurança e estabilidade da internet”, afirmou Nikolai Nikiforov, ministro da Russia. “Os governos são responsáveis por conduzirem políticas locais para garantir a segurança das telecomunicações. Não achamos ser possível haver total consenso entre as diferentes visões sobre governança”, afirmou.

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O secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações  (UIT), Hamadoun Touré, e o diretor geral da Unesco, Getachew Engidia, elogiaram a aprovação do Marco Civil edestacaram a importância da defesa dos direitos humanos na governança da rede para definição da agenda de metas das duas instituições após 2015.

“O NETmundial foca em questões específicas como domínios, endereços… nós estamos focados em fazer a transição de algumas dessas funções para a comunidade global, mas queremos chamar a atenção também para a importância da defesa dos direitos humanos como forma de garantir o progresso futuro”, afirmou Touré, em referência a decisão da ICANN, corporação que faz a gestão de nomes e números da internet, de passar o bastão da supervisão da IANA, responsável pela distribuição de endereços de IP e gestão do protocolo DNS (o sistema de nomes e domínios), para as mãos de um grupo multissetorial.

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